A preocupação com o futuro da democracia no Brasil vem ganhando destaque, com alertas de juristas e cientistas políticos que se somam às observações de analistas da política. Recentemente, um editorial do jornal Gazeta do Povo, publicado em 6 de julho de 2025, intitulado "O fim da democracia", trouxe à tona um diagnóstico contundente: a possibilidade da implantação de uma "ditadura do judiciário" no país.
O editorial levanta questionamentos fundamentais sobre as características que definem uma democracia e como elas estariam sendo erodidas no cenário brasileiro atual. Um dos pontos abordados é a realização de eleições periódicas. Embora o Brasil as mantenha, o texto sugere que eleições, mesmo que regulares, podem não ser suficientes para caracterizar uma democracia se forem fraudulentas ou questionadas pela população, como exemplificado pela Venezuela e, implicitamente, pelo que ocorre no Brasil.
Outros pilares democráticos também estão fragilizados: o respeito à Constituição, a separação entre os poderes e a proteção das liberdades, em especial a de imprensa, a de expressão e a de manifestação. A recente alteração de entendimento sobre o Artigo 19 do Marco Civil da Internet é um marco da censura institucionalizada, permitindo que as próprias plataformas digitais removam conteúdo sem ordem judicial.
O cerne da questão reside na ideia de Estado de Direito, essencial à democracia, que significa o "império da lei". Segundo o editorial, nenhuma autoridade deveria atropelar os diplomas legais ou a Constituição para impor sua própria vontade, algo que estaria acontecendo no país.
Diagnosticar essa realidade com clareza não é pessimismo, mas lucidez, um passo crucial para, quem sabe, reconstruir os fundamentos de uma verdadeira democracia. O editorial da Gazeta do Povo é um documento importante para a posteridade, registrando o que é descrito como a "tragédia da ditadura da toga brasileira em 2025", em um contexto de perseguição política, censura a jornalistas e influenciadores e o calar da voz de cidadãos comuns por medo de represálias.




