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Alianças de cima para baixo
| Foto:
Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Dilma e Requião: “juras de amor” do PT nacional para o governador

Texto publicado na edição impressa de hoje da Gazeta do Povo:

A pressa em definir a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tem obrigado os principais partidos da base governista a priorizar as alianças nacionais para depois decidir o que será feito nos estados. Reuniões realizadas na noite de anteontem em Brasília aceleraram as negociações da petista com o PMDB e o PDT. As manobras influenciam diretamente as decisões sobre a disputa pelo governo do Paraná.

Embora distantes de um consenso, os peemedebistas decidiram que irão apoiar Dilma, desde que tenham o direito de indicar o candidato a vice-presidente. Os mais cotados são presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiou ao partido há seis dias. A proposta será apresentada por Temer ao presidente Lula nos próximos dias.

“Chegamos à conclusão de que era melhor criar diretrizes gerais a partir dessa decisão do que ficar solucionando os problemas estado por estado”, explicou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ele e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures foram os únicos paranaenses a participar do encontro do PMDB. Segundo Stephanes, o Paraná é um dos exemplos de estados em que a decisão do partido deve se arrastar pelo menos até abril.

“Ainda trabalhamos com pelo menos três divisões dentro do partido.” Segundo o ministro, há uma indefinição entre os que preferem apoiar a candidatura própria ao Palácio Iguaçu, com o vice-governador Orlando Pessuti, e os que se dividem entre apoiar o senador Osmar Dias (PDT) ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). A decisão de fechar com Dilma, no entanto, praticamente inviabiliza um acordo formal com os tucanos.

Stephanes também lembrou que o partido trabalha com a hipótese de dissidências. “Já sabemos que há situações sem volta, como os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos, além do Orestes Quércia (ex-governador de São Paulo), que vão ficar com o PSDB.” A postura tolerante abriria a possibilidade de negociações desiguais nos estados.
Até agora, o ministro tem sido um dos principais defensores de uma parceria com Osmar Dias, que também protagonista das negociações da noite de terça-feira.

Líder do PDT no Senado, ele participou de um jantar oferecido aos representantes do partido no Congresso Nacional por Dilma. Pressionada pelo avanço de Ciro Gomes (PSB) nas pesquisas, a ministra tentou convencer os parlamentares de que a base aliada ao governo Lula deve unir-se em torno de apenas uma candidatura.
Nos últimos dias, o partido se aproximou de Ciro, que permanece indeciso entre candidatar-se a presidente ou a governador de São Paulo.

Dilma saiu fortalecida do encontro, mas não garantiu o apoio imediato. “Estamos divididos entre os que querem fechar apoio agora e entre os que preferem esperar mais um pouco. Eu particularmente acho melhor esperar”, disse Osmar.
Dilma foi uma das fundadoras do PDT, no começo dos anos 80, e só trocou a legenda pelo PT na década passada. De acordo com Osmar, Dilma reforçou durante a reunião que a aliança com os pedetistas é importante “ideologicamente”. “O PT valoriza as bandeiras do nosso partido, especialmente nas questões trabalhistas.”

Apesar de preferir que o acordo seja postergado, Osmar vê poucas chances de o partido aliar-se ao PSB de Ciro Gomes. A reunião de anteontem, segundo ele, também sepultou qualquer possibilidade de que o partido tenha candidato próprio, como ocorreu em 2006 com o senador Cristovam Buarque. “O Cristovam fez menos votos no Brasil do que eu fiz no Paraná. Não dá para repetir esse erro de novo.”

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