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Dilma Rousseff conseguiu algo que Lula tornou inimaginável ao longo de oito anos de governo – construiu uma relação pacífica com outro ex, o tucano Fernando Henrique Cardoso.

A lua-de-mel entre os dois, no entanto, acabou no fim de semana, quando FHC publicou artigo em grandes jornais brasileiros descendo a borduna na “herança” deixada por Lula para a presidente.

Segundo ele, exemplo “mais óbvio” disso é a “crise moral”, que levou a demissão de oito ministros em apenas um ano, sete deles sob suspeita de corrupção.

Em época de eleição, Dilma decidiu se expor e socorrer Lula do ataque. Em texto publicado ontem, disse que recebeu uma “herança bendita” do colega petista.

E ainda acusou FHC de tentar “reescrever a história”. Pode ser.

Quem tem caprichado nos textos, porém, é a própria Dilma. Depois de puxar a orelha de das ministras Ideli Salvatti e Izabella Teixeira por bilhetinho, agora ela manda a tal nota pública para FHC…

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Veja o conteúdo da nota de Dilma:

Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.

Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.

Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.

Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.

Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

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