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Dias x Dias
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Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Osmar Dias e o ministro Carlos Lupi: o senador é candidatíssimo. E o irmão Alvaro?

Alvaro e Osmar têm o mesmo sobrenome, tom de voz e posto no Congresso Nacional. As semelhanças entre os irmãos Dias, contudo, acabam por aí. Politicamente, os senadores se distanciam cada vez mais em busca de um objetivo comum – o governo do estado em 2010.

Alvaro integra a ala de oposição ao governo Lula mais ácida do PSDB. É peça-chave em qualquer CPI que possa sangrar o Palácio do Planalto. E faz planos para aumentar o barulho em 2009, quando as cartas para a próxima eleição serão postas à mesa.

O tucano é o único representante paranaense com cargo na Mesa Diretora do Senado. Ocupa a segunda vice-presidência, função que deixará obrigatoriamente na próxima eleição interna, em fevereiro. O plano inicial é migrar para a liderança do partido, uma das funções de maior visibilidade no Congresso.

A estratégia inclui a entrada na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. A partir disso, Alvaro quer presidir a Subcomissão de Esporte. O objetivo é usar o cargo para desenvolver uma série de ações para fiscalizar a aplicação de dinheiro público nos preparativos para a Copa de 2014, o que deve atrair holofotes por um longo período.

Do outro lado, Osmar parece cada vez mais próximo de Lula. Freqüenta as reuniões do conselho político do presidente e começa a ter voz ativa. Além disso, é constantemente assediado para formar uma aliança com o PT paranaense.

Um passo à frente do irmão, Osmar já se garantiu na liderança do PDT até 2010. Também tem tudo acertado para continuar na Comissão de Assuntos Econômicos e, dentro dela, integrar os grupos que discutirão a reforma tributária e as novas regras de distribuição de royalties de petróleo. Temas que, no meio da crise econômica mundial, têm tudo para colocá-lo em evidência.

Os dois caminhos indicam uma colisão, evitada por pouco nas eleições estaduais de 2002 e 2006. Há seis anos, Osmar chegou a contar com o apoio prévio de Roberto Requião para concorrer a governador (Requião teria aceitado tentar apenas a reeleição ao Senado para ajudá-lo), mas foi dissuadido por Alvaro, que aparecia em melhor situação nas pesquisas.

Quatro anos depois, Alvaro despontava novamente bem nas sondagens, mas não quis se aventurar com a hipótese de ficar sem mandato. No vácuo do longo imbróglio familiar, Requião conseguiu a proeza de derrotá-los consecutivamente.
Osmar e Alvaro sempre trabalharam com a teoria de que a disputa fraterna pega muito mal para o eleitor. A tese, entretanto, parece cada vez mais desgastada na visão de ambos. No discurso dos dois, há referências óbvias de que querem se candidatar ao Palácio Iguaçu, sem objeções de parentesco.

Que Osmar será candidato, resta pouca dúvida. Difícil mesmo é Alvaro se viabilizar no PSDB, que tem motivos de sobra para apostar todas as suas fichas em Beto Richa. Neste momento, só esse argumento parece manter a tese de que roupa suja se lava em casa – e não nas urnas.

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