A segunda matéria publicada pela Gazeta do Povo sobre os atos secretos da Assembleia Legislativa parece – de novo – um remake dos escândalos do Senado no ano passado. Tecnicamente, a diferença é que, com um orçamento menor, o Legislativo paranaense conseguiu produzir ainda mais escabrosidades.
Ambos os casos têm personagens similares, os diretores-gerais das duas Casas. E em ambos os casos eles deveriam ser apenas figurantes de um poder público, nunca protagonistas. Afinal de contas, são funcionários que mandam (ou mandavam) mais do que muitos parlamentares.
Abib Miguel, o Bibinho, é indiscutivelmente o homem-forte da Assembleia. Em Brasília, Agaciel Maia ainda amedronta senadores de tanta informação que carrega. Os dois também chamam a atenção pelo milionário patrimônio que construíram como funcionários públicos.
Para saber mais sobre o Bibinho, leia a brilhante reportagem dos jornalistas Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik.
Para decifrar Agaciel e tomar o caso como o que pode acontecer no Paraná, é bom lembrar acontecimentos bem recentes.
Agaciel foi apontado por uma comissão de sindicância feita pelo Senado como mentor dos 663 atos secretos da Casa que tratavam de criação de cargos, contratação e exoneração de parentes de senadores y otras cositas más.
A comissão pediu a demissão de Agaciel. Só que na semana passada, o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), contrariou a decisão e aplicou a punição de suspensão por 90 dias. Curiosamente, o caso já havia perdido a atenção da imprensa.
Em Brasília, o comentário é que Agaciel será candidato a deputado federal, com boas chances de vitória.
Enquanto isso, no Paraná, o escândalo está apenas começando. Em primeiro lugar, será necessário esperar pelas investigações internas para saber o que pode acontecer. Só depois disso será possível dizer se ambas as histórias terão o mesmo fim.
Ou o mesmo gosto. De pizza.
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