Só o tempo dirá se Ahamadinejad e o mestre dele, Ali Kamenei, não deram uma de espertos no acordo entre Irã, Turquia e Brasil. Por enquanto, há de se louvar na iniciativa de Lula.
Sob olhares feios dos EUA, o presidente foi a Teerã e chegou a um acordo. Com bases similares às já desrespeitadas pelos iranianos, mas é um acordo.
É mesquinho não aceitar, por enquanto, que foi uma vitória da diplomacia brasileira. E se o Irã der para trás no futuro, a culpa é dos seus governantes. Não do Brasil, que agiu de boa-fé.
Vale lembrar, sem juízo de valor, que os iranianos não conquistaram a fama que têm por acaso. O país é um reconhecido trouble maker da região.
E nem é culpa de Ahmadinejad, mas da história. Os iranianos não são árabes, mas persas. Também são xiitas, grupo que tem uma visão mais dura e restrita do alcorão do que a maioria dos vizinhos.
Por essas e outras o Irã vive se estranhando com os “parceiros” no Oriente Médio. Seja na condução da Revolução Islâmica, na antiga guerra Irã-Iraque ou na interminável implicância com Israel (mesmo que eles próprios não se biquem com os sunitas palestinos do Hamas).
Lula parece não ter levado essas questões a ferro e fogo nas negociações. Mas quem tem de limpar a própria barra com a comunidade internacional não é o Brasil.
Na verdade, Lula só emprestou um pouco de sabão aos iranianos. Para conhecer o proveito que eles vão fazer da oportunidade, só esperando pacientemente pelos próximos capítulos.
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