O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu a possibilidade de PT e PDT formarem uma aliança na disputa para governador do Paraná em 2010. “Não é nenhum absurdo”, disse o petista, em entrevista concedida em Brasília. Segundo ele, essa é uma decisão que depende mais da vontade do senador Osmar Dias (PDT), que já se lançou candidato ao Palácio Iguaçu.
“Como líder do PDT no Senado, Osmar Dias é aliado do governo em Brasília, está sempre junto conosco nas votações”, justificou o ministro. A principal dificuldade para fechar a parceria seria a proximidade do pedetista ao PSDB no estado. “Parece que o que ele quer mesmo é ser candidato dos tucanos, com o apoio do Beto Richa.”
O ministro confirmou que o presidente Lula pediu ao senador apoio a Gleisi Hoffmann, esposa de Paulo Bernardo, nas eleições em Curitiba. Osmar, no entanto, explicou que já havia se comprometido a apoiar Beto Richa.
Sobre a derrota de Gleisi, o ministro disse que se deve em grande parte ao “tamanho” da campanha tucana. “Foi pelo menos dez vezes mais cara que a nossa.”
Paulo Bernardo deixou claro que as negociações sobre 2010 não podem demorar, mas não falou sobre a composição de uma possível chapa. “Em 2006 o Osmar lançou-se candidato em cima da hora e deu parcialmente certo, ele quase ganhou a eleição. O PT precisa se definir até o final de 2009, porque precisa de um palanque para o no nosso candidato ou candidata à presidência.”
Osmar admitiu que mantém proximidade com o governo federal. “Se o PT quiser conversar estou aberto. O que não posso é correr atrás de partido nesse momento, sem ter ainda um projeto muito bem feito e definido para o estado.”
O senador confidenciou que recebeu Paulo Bernardo na própria casa, em Curitiba, antes das eleições. “Ele tomou café da manhã e disse que gostou, que iria voltar mais vezes. Espero que volte mesmo para conversarmos, é sempre bom.”
O pedetista, por outro lado, mostrou desconforto com o posicionamento de alguns aliados que estariam tentando adiantar a campanha de 2010 e lançar Beto Richa como candidato ao governo. “Estou impressionado com a quantidade de gente aflita. É uma mistura de profeta com ventríloquo.”
Osmar não citou nomes. Na terça-feira, entretanto, o líder do PDT na Assembléia Legislativa, deputado estadual Luiz Carlos Martins, fez críticas públicas anteontem ao deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), que teria antecipado a candidatura de Beto. Segundo Martins, o tucano estaria fazendo “papel de ventríloquo”, ou seja, atuando em benefício de um terceiro.
Fruet garantiu ontem que não deu qualquer declaração com a intenção de prejudicar a parceria entre Beto e Osmar. “Fui o primeiro deputado federal a apoiar o Osmar em 2006. Atribuíram aspas a declarações que eu não dei, o que gerou uma sucessão de declarações emocionais, um efeito dominó, pela causa errada.”
O parlamentar alega que apenas estabeleceu possíveis cenários em relação a 2010. “São sete ou oito possibilidades. Uma delas, se for mantida a verticalização e o PDT for aliado do PT no plano nacional, obriga o PSDB a ter candidato próprio no Paraná e o Beto seria mesmo um dos nomes.”
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