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Há uma semana, Edmeire Celestino da Silva tentou subir a rampa do Palácio do Planalto para declarar seu amor por Dilma Rousseff . Aconteceu com Edmeire, mas poderia ter sido com Gustavo, Luciano ou até com o Carlos, ou melhor, Ratinho Júnior. Assim como ela, os três rivais na disputa pela prefeitura de Curitiba – e mais um monte de candidatos pelo Brasil afora – fazem de tudo para colar na presidente.

O problema é ser correspondido. Dilma tem distribuído apoio a conta-gotas nestas eleições municipais. Na semana passada, ela estreou com aparições nos programas de Fernando Haddad (PT), em São Paulo, Eduardo Paes (PMDB), no Rio de Janeiro, e Patrus Ananias (PT), em Belo Horizonte. Também estavam programadas participações nas campanhas de Vanessa Grazziotin (PCdoB), em Manaus, e de Nelson Pelegrino (PT), em Salvador.

Nada indica que ela vai fazer muito mais que isso. Na semana passada, contudo, Luciano Ducci (PSB) disse que a presidente vai visitar Curitiba na próxima sexta-feira para participar do lançamento do mutirão nacional de ortopedia. A informação não foi confirmada pela Presidência, mas se for concretizada pode ser um marco na disputa curitibana.

Na semana passada, Ducci foi proibido de usar imagens da presidente na campanha pela Justiça Eleitoral. Enquanto isso, Gustavo Fruet (PDT), apoiado pelo PT da presidente, não tem em seu programa nenhuma mensagem exclusiva gravada por ela. Por último, Ratinho Júnior tem repetido que seu partido, o PSC, é aliado de primeira linha do governo federal.
Cada um usa as armas que tem à mão. Mas todo petista sabe que o PSB, parceiro de Dilma em Brasília, é PSDB desde criancinha no Paraná. Nesse sentido, a aproximação de Ducci à presidente mais confunde que esclarece.

Então, por que Dilma não assume logo de que lado está? Desde antes de o período eleitoral começar, ela já havia mandado o recado de que não entraria em disputas que envolvessem candidatos de partidos da base governista no Congresso. Só que a regra valeria inclusive para São Paulo, onde Haddad enfrenta Celso Russomanno, do PRB, partido que tem inclusive assento no ministério.

É possível chegar ao raciocínio de que, se mudou de ideia em São Paulo, a presidente poderia fazer o mesmo em Curitiba. Se for para fazer uma aposta, porém, o mais provável é que ela só desembarque na briga pela capital paranaense no segundo turno. Junto com o ex-presidente Lula.

Ainda assim, é preciso fazer as contas do que isso vai significar. No dia 18 de agosto, o Ibope apontou que a presidente havia perdido popularidade em quatro grandes capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba. Na paranaense, contudo, a queda foi a mais acentuada – em março, 62% dos curitibanos consideravam a gestão da presidente boa ou ótima, contra 48% em agosto.

Vale lembrar também que, em 2010, Dilma ficou atrás de José Serra, que tinha o apoio de Ducci e Fruet, nos dois turnos da eleição presidencial em Curitiba. E que, no mesmo ano, foi alvo de bexigas com água em um comício na Boca Maldita. Ambos os casos ficaram no passado?

A popularidade pode até ter caído, mas Dilma inegavelmente tem apelo eleitoral. A maior parte dele, por sinal, está ligado ao pulso firme com que ela trata os políticos, incluindo aqueles cheios de carinho para dar. É só recordar o caso do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que, enrolado em denúncias de corrupção, chegou a dizer que amava a presidente.

Foi demitido do mesmo jeito.

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