Dentre os argumentos de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, há vários questionamentos sem resposta por parte da Procuradoria Geral da República e de adversários que o acusam de um golpe de Estado.
Faz sentido que o mentor de um golpe de Estado, sendo ainda presidente da República, tenha dado posse a novos comandantes das Forças Armadas indicados pelo seu sucessor a quem ele supostamente pretendia derrubar?
É aceitável que as supostas provas deste golpe de Estado se baseiem quase exclusivamente em uma única delação premiada, que foi modificada vez após vez, alcançando onze versões, até que o delator falasse o que queriam os inquisidores?
Em seu comentário no programa Falando Abertamente, a colunista Cristina Graeml faz uma revisão desses e de outros argumentos da defesa de Jair Bolsonaro que desmontam a tese de golpe de Estado e outras acusações da Procuradoria Geral da República.
Processo jurídico é uma aberração, argumenta Bolsonaro
Ponto a ponto, o ex-presidente escancarou, em entrevista, as contradições das autoridades policiais e jurídicas que fizeram os interrogatórios da suposta delação de Mauro Cid. Como resultado, disse Bolsonaro, constituiu-se um processo jurídico que é uma aberração jamais vista, com investigações que demoram seis anos, pessoas coagidas a fazer delação para salvar suas famílias, defesas cerceadas, investigações em segredo de justiça e prisões arbitrárias.
Para Cristina Graeml, “assim como os mais de 2.300 presos dos dias 8 e 9 de janeiro, ou das operações posteriores, ele é vítima de uma Justiça falida, corrompida, parcial".
"É a minha opinião, e eu acho que ainda é permitida externá-la. Pelo menos tenho amparo e jurisprudência do próprio STF, a ADPF 130, que garante liberdade de imprensa para os jornalistas dizerem o que quiserem, o que apurarem, o que pensam, as suas opiniões. A ADPF 130 corroborou o que já está escrito na Constituição: a liberdade de imprensa e de expressão são garantidas não só aos jornalistas, a qualquer brasileiro. Não vamos permitir que matem nossa esperança. Somos dezenas de milhões de brasileiros pró Justiça, pró respeito às leis, pró respeito à Constituição, não vamos esmorecer”, conclui Cristina.




