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Exodus, a fonte do Thrash Metal
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Marcos Anubis/Cwb Live
Exodus mostrou aos curitibanos o verdadeiro Thrash Metal

Na última sexta-feira, 27/4, no Master Hall, em Curitiba, os “pacatos” curitibanos puderam ver de perto um dos maiores nomes do thrash metal mundial, o Exodus.

Com a casa praticamente lotada, as luzes se apagam e a introdução de “The ballad of Leonard and Charles” aguça os sentidos dos fãs. A banda entra, em seguida, e começa a pancadaria. A música faz parte do álbum “Exhibit B: The humam condition”, lançado em 2010.

O posto que o Exodus ocupa, como um dos criadores do Thrash Metal, não é por acaso. A banda surgiu em 1980 na Bay Area, o berço do estilo, na cidade de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. A formação inicial tinha Gary Holt e Kirk Hammet, atual guitarrista do Metallica, Tom Hunting na bateria, Paul Baloff nos vocais e Geoff Andrews no baixo. Em 1983, Dave Mustaine saiu do Metallica, de forma conturbada, e Hammet foi convidado para ocupar o seu lugar. Rick Hunolt assumiu o seu posto no Exodus. Em 1985 o grupo lançou o seu primeiro trabalho, “Bonded by blood”, considerado, até hoje, um dos discos fundamentais do thrash metal.

Durante a sua história a banda passou por inúmeras mudanças em sua formação. O fato mais marcante foi a morte do vocalista Paul Ballof, em 2002. As circunstâncias do seu falecimento foram traumáticas para o grupo. Após sofrer um ataque cardíaco enquanto passeava de bicicleta, ele permaneceu internado por alguns meses, em coma. Vendo que o seu estado não evoluía, a família optou por desligar os aparelhos que o mantinham vivo, em 9 de agosto de 2002. Ele tinha, apenas, 41 anos de idade.

A formação atual tem Rob Dukes no vocal, Gary Holt e Lee Altus nas guitarras, Jack Gibson no baixo e Tom Hunting na bateria. Holt, que tocou em Curitiba com o Slayer, no ano passado, substituindo brilhantemente o guitarrista Jeff Hanneman, é o que mais se movimenta no palco. O baterista Tom Hunting é um monstro. Usando o pedal duplo, intercalado por viradas rapidíssimas, ele impressiona pela precisão com que conduz o som do Exodus.

Durante a apresentação, os seguranças estavam barrando o stage diving no palco. É compreensível pois, no show do Sodom, por exemplo, os microfones e retornos dos músicos foram desconectados várias vezes por conta disso. Ao mesmo tempo, o stage faz parte da “liturgia” de um show de metal, e as próprias bandas gostam. O vocalista Rob Dukes, inclusive, “auxiliou”, por algumas vezes, os fãs a subirem e alçarem o seu voo.

Antes da metade do show Dukes pergunta “Quem aqui é um headbanger das antigas? O que vocês querem ouvir”. O público pede várias músicas e a banda toca “Piranha”, do clássico “Bonded by blood”, de 1985. “Os portões do inferno estão velhos e rachados. Eles se despedaçam e caem. Fugindo apressadamente, uma parede sangrenta de morte para matar qualquer coisa. Sua única missão é matar arrancando seus ossos e carne. Arrancando seus olhos e rasgando a sua cara. Uma morte cruel”, diz a letra. Singelo.

Ao ver o público, literalmente, se degladiando ao som do Exodus, o vocalista sorriu e comentou: “Vocês brasileiros são malucos! Obrigado”. É uma coisa normal ver as bandas gringas se surpreendendo e elogiando a reação do público brasileiro, e com os curitibanos não é diferente.

Segundo o consultor de plataforma Linux, Leonardo Barzi, de 42 anos, a banda é uma referência para os fãs do thrash.”O Exodus é uma das bandas que melhor representa o thrash metal americano por ter levado ao extremo a violência e a brutalidade do som. Eles tiveram muito mais influência sobre as bandas do estilo do que as consideradas ‘big four’, (Metallica, Slayer, Anthrax e Megadeth). Hoje o som do grupo soa renovado mas dentro da espectativa dos fãs, ainda violento e restrito a uma pequena parcela dos headbangers. Mesmo tocando um som ‘datado’, como os detratores costumam dizer, o Exodus ainda é uma banda extrema”, afirma.

O show, de acordo com Barzi, não deixou a desejar em nenhum momento. “Não é a primeira vez que os vi ao vivo e, como qualquer um que acompanha o trabalho do grupo desde o início, assisti inúmeros vídeos ao longo do tempo. Mesmo assim ainda é um show impactante e consegue despertar qualquer um no ambiente. Rob Dukes, que substituiu a lenda Paul Balloff, é um frontman carismático, não faz feio nos clássicos e mantém a tradição da banda de insuflar o público a ponto de explodir o recinto. Não é ‘mais do mesmo’. O show foi um absurdo do começo ao fim, sem dar espaço para respirar”, conclui.

Na reta final do show, Dukes oferece “A lesson in violence” à Paul Baloff, apontando para o céu. “Toxic Waltz” e “Strike of the beast” encerraram uma noite histórica. Ver, ao vivo, bandas que ajudaram a construir um estilo, é quase obrigatório para um fã. Seguindo essa lógica, os shows do Exodus, e do Sodom há algumas semanas, vão preencher o imaginário do bangers curitibanos durante muito tempo.

Confira 3 vídeos do show do Exodus.

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