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Imagem do vídeo capturado por um piloto da Marinha dos EUA
Imagem do vídeo capturado por um piloto da Marinha dos EUA| Foto: The Huffington Post

No estranho universo das loucuras que circulam na internet, há o depoimento de Carol Rosin, que foi a primeira mulher a trabalhar como executiva aeroespacial na Fairchild Industries, uma importante empresa americana de fabricação de aeronaves e veículos aeroespaciais. Em seu tempo na Fairchild, Rosin atuou como porta-voz do dr. Wernher Von Braun, o engenheiro aeroespacial alemão considerado o pai das viagens espaciais,  da ciência de foguetes e do programa lunar americano. Foi membro do Partido Nazista e da SS de Hitler, mas, após o término da 2ª Guerra Mundial, foi levado para os Estados Unidos, trabalhando no programa de mísseis balísticos e desenvolvendo os foguetes que lançaram o primeiro satélite espacial Explorer 1 em 1958 e ajudando a criar a NASA em 1960.

Em maio de 2001, Carol Rosin deu uma palestra no National Press Club em Washington, DC, junto a cerca de 20 aposentados da Força Aérea, da Administração Federal de Aviação e oficiais de inteligência. Em sua fala, Rosin trouxe uma informação difícil de acreditar, mas que estranhamente pode nos ajudar a entender um pouco da loucura que está acontecendo com o mundo hoje. Segundo Rosin, em seu tempo de secretária e porta-voz do dr. Von Braun, o engenheiro alemão teria confessado a ela que seriam criados uma série de falsas ameaças, com o fim de justificar o avanço da agenda de controle global. Segundo Rosin, Von Braun teria dito, ainda na década de 70, que “os primeiros inimigos serão os russos; depois os “terroristas” e as nações do terceiro mundo; depois asteroides; e a última carta, será uma ameaça extraterrestre”. Estranho, não?

Sábio é quem consegue enxergar para além das notícias aparentemente absurdas e perceber o tamanho do teatro encenado.

Porém, por mais inacreditável que possa parecer, a ideia de uma invasão alienígena passou a ser usada como um potente mecanismo de propaganda e operação psicológica. Não por teóricos da conspiração, mas por dois presidentes norte-americanos e um vencedor do prêmio Nobel. Eu abordei essa questão num artigo anterior, chamado “Biden e os OVNIs: propaganda a todo vapor”, acompanhado do seguinte subtítulo: “A insistência do Pentágono na realidade dos OVNIs como manobra geopolítica”. No texto, mostrei que, durante a Guerra Fria, a ideia de uma invasão alienígena como meio para trazer a paz mundial foi amplamente defendida pelo presidente Reagan, assim como posteriormente por Bill Clinton e pelo laureado com o Nobel de Economia Paul Krugman. Quando figuras de tão alta patente abordam um tema, devemos prestar atenção, por mais absurdo que o tema possa soar. Inclusive porque é bem provável que se trate de algum tipo de manipulação ocorrendo.

O detalhe é que você já deve ter percebido que entramos numa espécie de Guerra Fria 2.0. Desta vez, ao EUA estão confrontando a Rússia e a China simultaneamente. E talvez não seja por acaso que o tema da questão alienígena tenha retornado com força total. O pentágono reconheceu, em 2017, a realidade dos fenômenos ufológicos, e certamente isso não aconteceu por acaso. Há uma agenda por trás disso.

No final do mês passado, um relatório do Senado dos EUA, que é um adendo à Lei de Autorização de Inteligência para o Ano Fiscal de 2023, trouxe muita polêmica, devido às estranhas declarações que revelaram a opinião do Congresso americano sobre OVNIs. No documento, os legisladores admitem que que tais objetos voadores não-identificados não são “feitos pelo homem”. Pior do que isso, o relatório afirma que essas “ameaças” estão aumentando “exponencialmente”. Se tem uma coisa que você, de cara, descobre que é propaganda é quando Washington começa a classificar alguma coisa como “ameaça exponencial”.

Foi assim que invadiram o Iraque, o Afeganistão e fizeram avançar as legislações mais ofensivas à liberdade, como é o caso do Ato Patriótico, que praticamente acabou com o estado de direito nos EUA. Veja que o novo orçamento norte-americano para os serviços de inteligência orienta o Pentágono a concentrar sua investigação nos objetos voadores que não podem ser classificados como criados e operados por homens. Se envolve fortunas e interesses geopolíticos, até alienígena funciona como justificativa.

Há uma série de opiniões sobre qual seria a real intenção por trás disso tudo. Alguns defendem que o fim de criar o ambiente favorável para a encenação de uma falsa invasão alienígena para unir a humanidade sob um governo mundial. Este foi exatamente o argumento usado por Reagan nos anos 80, por Krugman em 2011 e por Bill Clinton em 2014. Outros afirmam que toda essa narrativa serviria para acobertar o desenvolvimento de aeronaves de altíssima tecnologia que os EUA estão mantendo em segredo. Isso poderia explicar a ousadia de Washington ao confrontar a Rússia e a China simultaneamente, numa época em que, aparentemente, sua capacidade econômica e militar não seria suficiente para tal.

Há um terceiro grupo da opinião de que tudo seria para justificar o gasto de montanhas de dinheiro para se proteger dessa nova “ameaça” espacial, permitindo a criação de uma nova indústria de guerra que poderá ser utilizada futuramente num confronto com a Rússia e a China. É possível até mesmo que isso já tenha sido feito, e a narrativa ufológica seja apenas para preparar a opinião para quando esse projeto for trazido à tona.

Enquanto isso, Washington segue sua política externa de “cercar” a China por meio do estabelecimento de “estados sentinelas”, instalando na Coreia do Sul, no Japão e na Austrália armas de precisão apontadas para Pequim, apoiadas por gigantes operações navais no Mar do Sul da China. Neste contexto, seria a narrativa da nova “ameaça alienígena” uma fachada para justificar a criação de um novo Projeto “Guerra nas Estrelas”, o programa militar criado em 1983 por Reagan que envolvia satélites antimísseis equipados com lasers?

No final das contas, tudo envolve narrativa, propaganda, gasto público exorbitante e interesses geopolíticos escusos. Sábio é quem consegue enxergar para além das notícias aparentemente absurdas e perceber o tamanho do teatro encenado. Enquanto isso, permanecemos de olhos bem abertos.

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