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Obras do Colégio Estadual Leni Marlene Jacob, em Guarapuava, em julho de 2015. Foto: MI Construtora de Obras
Obras do Colégio Estadual Leni Marlene Jacob, em Guarapuava, em julho de 2015. Foto: MI Construtora de Obras | Foto:

Agora delator no âmbito da Operação Quadro Negro, o dono da MI Construtora de Obras, Iolmar Ravanelli, havia defendido a legalidade dos contratos que mantinha com o governo do Paraná para a construção de duas escolas em Guarapuava, a Pedro Carli e a Leni Marlene Jacob. Em entrevista concedida à Gazeta do Povo em julho de 2015 (leia aqui), Ravanelli explicava que, apesar dos atrasos iniciais, as “obras estão andando”.

“Eu não recebi a mais. Pelo contrário. A meta física está mais avançada que a meta fiscal. No começo, houve atraso primeiro por causa do nível da terra. Depois a gente teve problema por causa das chuvas na região. Mas, agora, podem conferir, tem funcionário nosso trabalhando todo dia lá. As obras estão andando”, disse ele, quase dois anos atrás, quando também enviou fotos das obras à Gazeta do Povo.

No acordo de colaboração premiada firmado agora com o Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) e homologado pela 9ª Vara Criminal de Curitiba, onde tramita em sigilo a principal ação penal da Operação Quadro Negro, Ravanelli admite não só falsas medições para atestar a evolução das obras, como também revela que pagou R$ 100 mil ao ex-diretor da Secretaria da Educação Maurício Fanini, hoje um dos réus no processo.

Em julho de 2015, a Gazeta do Povo mostrou que, de acordo com um relatório do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR), os fiscais da obra do Colégio Estadual Pedro Carli, ligados à Secretaria da Educação, fizeram oito medições e apontaram que a obra estava 66,74% executada. Já os inspetores do TC-PR encontraram apenas 21,28% da obra de fato realizada. Como os pagamentos são feitos a partir das medições, a empresa já havia recebido cerca de R$ 1,7 milhão, quando, segundo o TC-PR, deveria ter recebido pouco mais de R$ 893 mil.

Em relação à obra do Colégio Estadual Leni Marlene Jacob, havia discrepâncias semelhantes. Os fiscais ligados à Secretaria da Educação, em sete medições, apontaram o cumprimento de 55,62% da obra, mas, em visita ao local, os inspetores do TC encontraram apenas 22,37% da obra executada. Assim, de acordo com o TC-PR, a empresa deveria ter recebido cerca de R$ 771 mil, mas acabou ganhando mais de R$ 1,6 milhão.

Procurado pela Gazeta do Povo, o advogado de Maurício Fanini, Omar Elias Geha, informou que só se manifesta nos autos do processo.

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