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Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

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O vereador Professor Galdino (PSDB) utilizou a tribuna da Câmara de Curitiba nesta terça-feira (14) para fazer uma acusação sobre os desvios da Petrobras, investigados na Operação Lava Jato. Para o tucano, dinheiro desviado da estatal teria financiado a greve dos professores do ano passado, que culminou na Batalha do Centro Cívico.

A greve dos professores em 2015 terminou com um saldo de mais de 200 feridos no dia 29 de abril, quando os servidores acompanhavam ao lado de fora da Assembleia Legislativa a votação de projetos de lei que alteravam a previdência dos professores. Cerca de 2,5 mil policiais militares participaram da ação, que custou pelo menos R$ 20 mil aos cofres públicos e resultou na saída do então secretário de Segurança Pública do estado Fernando Francischini (SD) do cargo. Um inquérito policial militar (IPM) foi aberto para apurar um suposto abuso dos policiais na operação, mas foi arquivado.

“Tudo leva a crer que o dinheiro desviado da Petrobras e da Eletrobras financiou a greve dos professores no ano passado, para prejudicar o governador Beto Richa (PSDB)”, acusou vereador no grande expediente da sessão plenária. Segundo Professor Galdino (PSDB), esses supostos recursos foram repassados à APP Sindicato.

Segundo as investigações da Lava Jato, parte do dinheiro desviado da Petrobras abasteceu os cofres de pelo menos três partidos: PT, PMDB e PP. Não há, porém, nenhuma referência à APP Sindicato nas investigações.

Doações

Galdino também afirmou que o prefeito Gustavo Fruet (PDT) e vereadores receberam dinheiro de empreiteiras investigadas na Lava Jato na campanha de 2012, mas foi interrompido pelo vereador Jairo Marcelino (PSD), que pediu verificação de quórum válida como a segunda chamada da sessão. Depois disso, o plenário se esvaziou. “O nobre vereador Jairo deveria ao menos esperar meu discurso. Ou fazia [o pedido de verificação] antes ou depois”, reclamou Galdino.

A Operação Lava Jato investiga doações de campanha para partidos políticos como forma de pagamento de propina por contratos com a Petrobras, mas não há nenhuma investigação oficial em relação ao prefeito Gustavo Fuet (PDT) em curso.

Ao lado de Fruet, Ratinho Junior (PSD) e Luciano Ducci (PSB) aparecem como possíveis beneficiários de uma contabilidade paralela da Odebrecht. Ao todo, aparecem em uma lista apreendida pela Polícia Federal 200 políticos de 18 partidos e de vários estados. A lista traz ainda outros políticos paranaenses, como o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT).

As planilhas estariam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura. O juiz federal Sergio Moro, porém, alertou que não é possível concluir que todos os pagamentos discriminados na planilha são ilegais.

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