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Falling Skies quer ser o novo Lost
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Divulgação
Falling Skies: ex-professor vira líder da resistência humana após uma invasão extraterrestre

A estreia de Lost em 2004 mostrou a fórmula do sucesso para a indústria televisiva norte-americana. Não por acaso, histórias de grupos de pessoas ligadas a algum tipo de situação de sobrevivência foram exploradas à exaustão em séries como Jericho, Heroes, FlashFoward e The Walking Dead. O mais novo exemplar dessa safra, Falling Skies, estreou nos canais pagos TNT e Space na última sexta-feira (24).

O seriado tem produção de Steven Spielberg, que também lança até o fim do ano o programa Terra Nova. Nos dois casos, a mão do diretor de Tubarão (1975) é bem visível. Afinal, são tramas que aprofundam argumentos de algumas de suas obras, especialmente Jurassic Park (1993) e Guerra dos Mundos (2005). Além disso, ambas as atrações parecem recheadas do valor familiar que é tão recorrente na obra do cineasta.

Em Falling Skies, um grupo de pessoas luta para sobreviver seis meses após uma invasão alienígena. No primeiro episódio, com duração de duas horas, fica claro para o telespectador que a trama é centrada em Tom Mason, vivido pelo ator Noah Wyle (ER). O personagem é um ex-professor de História que após a dominação extraterrestre, se torna um dos líderes da resistência humana. Viúvo, ele precisa cuidar dos filhos, e ainda arrumar comida para as 300 pessoas que protege.

Como em Lost, a série também divide a atenção entre outros personagens protagonistas, como os filhos de Tom – Matt (Maxim Knight) e Hal (Drew Roy) –, o líder militar da resistência, Capitão Weaver (Will Patton), e a médica Anne Glass (Moon Bloodgood). Também como o seriado de 2004, o piloto da ficção científica mostra que os sobreviventes precisam construir uma sociedade nova enquanto descobrem um jeito de lutar contra as situações em que se encontram.

Essa proposta leva Falling Skies a se aproveitar de outro elemento recorrente em programas com esse formato: a diversidade étnica. São personagens orientais, negros e caucasianos que formam uma unidade representativa de uma sociedade plural. São como os sobreviventes de Battlestar Gallactica, que após vencerem o inimigo comum, serão os responsáveis por repovoar o planeta com a maior fidelidade étnica possível.

A estreia da série na tevê brasileira aconteceu com menos de uma semana de atraso da exibição nos Estados Unidos (no dia 19). A medida parece querer evitar que o programa caia nas graças do download ilegal, algo recorrente em atrações cujos intervalos entre a exibição lá fora e aqui são muito grandes. A primeira temporada de Falling Skies tem apenas dez episódios, mas os primeiros números de audiência indicam que o seriado tem futuro.

Em termos narrativos, o episódio piloto mostrou o potencial do programa em desenvolver boas histórias. É claro que há soluções fáceis demais para o roteiro, como o sentimentalismo excessivo nos momentos em que o pai se despede dos filhos ou o didatismo nas explicações sobre o que aconteceu à Terra. Mas é um produto para a televisão, então, tanto o melodrama quanto o tom didático serão ele­­mentos frequentes. O que parece importante é a possibilidade de reviver a mesma história, que dessa vez, troca a ilha por um mundo invadido por extraterrestres.

Publicado originalmente na coluna Sintonia Fina do Caderno G, no dia 27/06/2011.

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