Thomas Cahill: um historiador diferente.
Thomas Cahill é um historiador que gosta de ver o mundo de um jeito diferente. Sua série mais famosa de livros não é sobre momentos de perda, guerra ou coisas do gênero. Pelo contrário: ele tenta contar a história do ponto de vista de quem deu contribuições positivas para o mundo.
Seu livro mais famoso continua sendo “Como os irlandeses salvaram a civilização”. Nele, conta a história de religiosos que, expulsos do continente quando os bárbaros tomaram Roma de assalto, se refugiaram na Irlanda. E, lá, puderam conservar seus livros e o conhecimento que, séculos mais tarde, voltariam ao continente.
Em “Mistérios da Idade Média”, ele apresenta uma outra visão curiosa. A de que o feminismo atual pode ter suas raízes na Idade Média. Embora a crença comum seja de que o período medieval tenha sido de pleno domínio dos homens, Cahill tenta mostrar um outro lado.
Segundo ele, o culto da Virgem Maria, que se tornou muito popular na Idade Média, fez com que as pessoas passassem a encarar a possibilidade de uma mulher ter grandes méritos, ser poderosa o suficiente para entrar, inclusive, como parte central do plano de Deus para o mundo – é preciso lembrar que estamos falando de tempos em que a religião era uma força tremenda na sociedade.
Cahill tenta mostrar que isso foi o que possibilitou o surgimento de grandes mulheres intelectuais (como Hildegard Von Bingen) e até de rainhas (como Leonor de Aquitânia). E a visão da mulher como uma força social teria sido reforçada pela poesia da época.
Ele próprio admite que essa é apenas uma visão possível, e não uma visão definitiva do que aconteceu. Mas não deixa de ser curioso pensar sobre o assunto.
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