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Ideia da semana – Propina funciona para crianças irem bem em provas
| Foto:
Marco André Lima/Gazeta do Povo
Hora da prova: incentivos ajudam?

O economista por trás do famoso livro “Freakonomics”, Steven Levitt, acaba de publicar um artigo provando que é possível obter bons resultados subornando crianças para que elas vão bem na escola. O artigo, que está disponível on-line, foi feito em parceria com três outros pesquisadores.

A ideia não era pagar para que a criança estudasse mais, prestasse mais atenção às aulas ou algo assim. Pelo contrário. O aluno só ficaria sabendo da possibilidade de receber algum dinheiro na hora em que fosse responder a prova. Os pesquisadores ofereciam até US$ 20 (R$ 40) para quem se saísse bem. Mas já não dava mais tempo para estudar. Restava se esforçar no momento de responder às questões.

Segundo Levitt, o resultado básico é que as crianças realmente se saíam melhor com a oferta de propina. Com algumas variáveis: as crianças mais novas eram mais baratas de comprar. Aos mais velhos, só oferecendo mais dinheiro para a coisa funcionar.

Outra variável: o momento de oferecer o dinheiro também é importante. Se você promete pagar em um mês, pouco muda em relação ao histórico usual do estudante. Se promete pagar logo após o teste, funciona muito mais. Ou seja: segundo Levitt, prometer recompensas distantes (um bom emprego, uma vida tranquila no futuro) não funciona muito bem com alunos de ensino fundamental, que vivem o imediato, sem pensar muito no futuro.

Mas o melhor mesmo, diz a pesquisa, é pagar antes e avisar que vai tomar o dinheiro de volta se houver fracasso em atingir certo limite. O medo da perda funciona melhor como estímulo do que a possibilidade de ganho.

Nada disso quer dizer que seja moralmente bom subornar crianças com promessa de dinheiro para eles irem bem na escola. Levitt reclama que muita gente escreveu afirmando que é um absurdo pagar aos alunos. Ele não acha. Economicamente, diz, é inteligente, e funciona. Por que não?

Mas claro que há outras coisas a colocar na balança. Você pode estimular a criança a só fazer o que é certo (se empenhar) quando há uma “utilidade” para aquilo. Quando o ideal é que a pessoa faça o que é certo pelo motivo certo. E não porque está recebendo um incentivo externo para aquilo.

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