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Livro da semana – O Grande Gatsby
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Reprodução/Internet
F. Scott Fitzgerald: o cronista da “era do jazz”.

Woody Allen escreveu uma vez uma história mencionando Scott Fitzgerald e sua mulher. Dizia que os dois estavam voltando da alucinada festa que promoveram no Ano-Novo. Era abril.

A graça da piada estava em mostrar como funcionava a vida da tal “geração perdida”, que dominou em parte a ficção norte-americana entre os anos 1920 e 30. Sexo, drogas e… bem, não existia o rock´n´roll. Então, eles iam de jazz.

O Grande Gatsby é tido como o “livro definidor” dessa geração. O livro da “era do jazz”. Em parte, porque mostra a vida dos figurões da época, endinheirados, sim, em alguns casos; mas, principalmente, aprendendo a se divertir num mundo com discos, automóveis e uma vida sexual mais liberada.

Por outro lado, o livro não é nenhuma carta de princípios, nenhum manifesto pela vida assim ou assado. Pelo contrário. A idéia parecia ser contar uma bela história. O livro já foi chamado de “a grande história de amor do século 20”. Ou seja: romances continuam acontecendo; um homem ainda precisa de uma mulher; e um beijo continua sendo um beijo, mesmo com o tempo passando, como diria a letra de “As time goes by”.

O livro começa com um certo mistério. O narrador começa contando sua vida e sempre esbarrando no vizinho, um tal Gatsby, cujo passado ninguém conhece direito. Mas ninguém se importa com quem ele é. Ou em saber o que ele faz. Todos gostam de Gatsby simplesmente porque ele tem muito, muito dinheiro, e vive dando festas. Grandes festas, tipo boca livre, em que centenas de pessoas se encontram sem nem mesmo conhecer às vezes o dono da casa.

A história começa a andar quando Nick, o narrador, fica amigo de Gatsby, e descobre que ele dá todas aquelas festas só na esperança de que a mulher dos seus sonhos apareça. Ela é Daisy, uma mulher casada com outro amigo de Nick. Logo, Gatsby e Daisy viram amantes. Isso, claro, destrói o casamento dela.

O livro é rápido e logo chega a cena que vai mudar tudo. Um atropelamento, com a morte de uma das personagens. No fundo, indiretamente, parece que Fitzgerald dá uma longa volta para fazer com que a vida desregrada dos personagens (especialmente a de Gatsby) termine tragicamente.

E, no final, Gatsby caído em tragédia, sem poder dar mais festas a ninguém (não conto detalhes para não estragar a história) acaba esquecido por todos. Um triste fim para alguém que, descobre-se, também não tinha um passado lá muito alegre.

O contraste do luxo com a miséria humana; da diversão sem limites das festas com o limite que a vida acaba pondo à farra de Gatsby; o velho contraste entre o que se quer fazer e o que acaba acontecendo quando você faz somente o que quer; tudo isso é o tema central do Grande Gatsby.

Um romance que marcou uma geração. Não é pouca coisa para se dizer, afinal de contas.

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