• Carregando...
Livro da semana – “O sócio”
| Foto:
Divulgação
John Grisham.

Sim, o blogueiro também gosta de best-sellers! Pelo menos de alguns. E tem uma quedinha por John Grisham, o homem das tramas jurídicas. Comecei gostando muito de um filme com o John Cusack e a Rachel Weisz chamado “O júri”. Bem bolado, bem escrito, conta como duas pessoas marcadas por uma tragédia conseguem influenciar um julgamento. Eles querem que a empresa que vende as armas seja responsabilizada por um massacre desses que costumam ocorrer nos Estados Unidos, com um atirador matando um monte de gente em pouquíssimo tempo. Vale ver.

Aí comprei um livro para ver como era. E fiquei ao mesmo tempo decepcionado em empolgado. O livro se chama “O sócio” e conta uma trama igualmente envolvendo advogados, crimes e espertezas. No caso, um sujeito roubou dinheiro de uma empresa de advocacia nos Estados Unidos e se refugiou na América do Sul. Seus ex-sócios procuram desesperadamente por ele, numa trama que tem tudo do gênero: mortes, perseguição, detetives e muita ganância.

No fim, a história tem algumas reviravoltas bem interessantes e um final que (claro, não vou contar), não deixa muito a desejar a livros mais sérios, sem cair em algumas tentações que seriam fáceis. Aliás, o final, por si só, valeria o livro. Mas, para falar a verdade, o resto também é bem divertido.

A parte da decepção veio pelo fato de o livro ter sua histórica ocorrendo, em boa parte, no Paraguai e no Brasil. Foi para cá que o sujeito, afinal, se bandeou. E o camarada, em suas andanças por aqui, chega inclusive a passar por Curitiba! Sim, estamos em um best-seller internacional. Fica como a contribuição do blog para o aniversário da cidade, já que na semana passada a coisa andou meio lenta por aqui.

E as descrições de Grisham de nossas terras, mesmo ele tendo passado por aqui, são não só equivocadas como irritantes. Por exemplo, ao narrar uma cena em Ponta Porã ele diz que Oe meninos tinham solas dos pés grossas porque aqui, no Brasil, além de andarmos descalços, asfalto é uma raridade. Por outro lado, em outra cena, ele diz que quase todos os brasileiros cultos falam francês. Isso para ficar em duas bobagens mais evidentes.

Para quem não é daqui, não compromete em nada o livro. Mas fico pensando que se o sujeito não toma o mínimo cuidado em checar o que está falando de nós, a parte jurídica da coisa também pode estar cheia de falhas, não? Ah, que falta faz um Balzac nessas horas!

Mesmo assim, a hora que você quiser ler algo do gênero, fica a recomendação. Grisham não sabe nada do Brasil, mas sabe ser muito divertido.

Serviço: “O sócio”. Editora Rocco. Tradução de Aulyde Soares Rodrigues. R$ 50,50.

Siga o blog no Twitter.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]