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Livro da semana: Um bonde chamado desejo
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Reprodução/Internet
Brando: representação do típico machista americano.

Os críticos costumam dizer que há três autores “clássicos” no teatro norte-americano. Um é Eugene O´Neill (Longa jornada noite adentro); outro é Arthur Miller (As bruxas de Salém); o terceiro é Tennessee Williams.

Apesar do sucesso dos outros dois, nenhum teve, provavelmente, um impacto tão grande quanto Tennessee Williams com sua peça mais famosa, Um bonde chamado desejo.

A peça virou um ícone do teatro rapidamente. E, com a adaptação de Elia Kazan patra o cinema, virou ainda mais popular. Até hoje, é uma espécie de favorita dos alunos de teatro: qualquer companhia tem de montar sua encenação.

Não é difícil entender o charme da peça. A trama é forte desde o início. Os personagens são marcantes. E Tennessee Williams, como outros escritores americanos, tem uma mão incrível para diálogos inesquecíveis.

A trama é mais ou menos simples. Um casal vive em Nova Orleans. O marido é do tipo grosseirão, manda na casa sozinho e não admite contestações. É o papel de Stanley, que tornou Marlon Brando famoso.

A cena começa quando a irmã de Stella, a esposa de Stanley, vai ficar uns tempos com eles. Blanche é o outro motor da peça. Ao contrário de Stanley, ela é uma professora, razoavelmente educada e absolutamente decadente.

Ela fica chocada com a situação da irmã. Diz que está de licença da escola e fica um tempo por lá, como se estivesse de visita.

Na verdade, a vida dela é uma bagunça: foi demitida por fazer sexo com um aluno de 17 anos. Antes, seu marido, homossexual, se suicidou.

Ela ainda pensa no passado rico da família, mas está em outra situação. Há quem veja nela um símbolo do Sul empobrecido dos Estados Unidos. E Stanley seria a representação do mundo urbano nascente dos EUA.

O fato é que o conflito entre os dois fica mais intenso a cada cena. Até o confronto final, terrível, que enlouquece Blanche de vez.

O final da peça é a parte mais famosa. Blanche murmura coisas quase indecifráveis. Entre elas, uma frase fantástica, que diz que “o oposto da morte é o desejo”.

E, por fim, ao chegar o médico que a levará, não entende o que está acontecendo. Mas se entrega a ele dizendo que “sempre dependeu da boa vontade de estranhos”.

A peça marcou o imaginário americano porque trata de conflitos típicos das grandes cidades que iam surgindo no início do século 20. Álcool, violência, machismo, desemprego, etc.

E não é desprezível o papel que Marlon Brando e a versão para o cinema tiveram nisso. As cenas em que ele grita o nome da mulher, desesperado (Stella!!!), ou em que ele aparece sem camisa, para rubor das senhoritas dos anos 50, fizeram época em Hollywood.

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