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Uma das mais importantes óperas de todos os tempos está de aniversário. “Parsifal”, a última ópera completa de Richard Wagner, foi estreada em julho de 1882 em Bayreuth, o local em que as grandes obras dele continuam sendo executadas até hoje.

“Parsifal” tem um enredo estranhíssimo, sobre um sujeito casto que é destinado a ser rei, sobre o Santo Graal e sobre um jardim de mulheres que levam os homens a perderem sua pureza. Wagner demorou 25 anos para concluir o trabalho, que foi imaginado pela primeira vez em 1857.

Wagner estava muito atarefado com a tetralogia dos Nibelungos e, só quando acabou as quatro óperas do ciclo, começou a trabalhar no “Parsifal”, em 1877. Em cinco anos, compôs os três atos e fez a estreia.

A ópera, até 1914, só podia ser tocada, por decisão do próprio Wagner, em Bayreuth. Primeiro porque ele contava com certos elementos do local. Segundo, porque isso daria renda para sua família.

A recepção da ópera foi impressionante. Os grandes músicos da época e os que estavam começando, como Berg, Sibelius e Hugo Wolf se rasgaram em elogios. Sibelius disse que tudo o que ele compunha parecia frio e pálido perto da música de Wagner.

A harmonia da obra é altamente avançada para o período. Só Debussy parece que fazia algo tão ousado naqueles anos. E o próprio Debussy elogiou Wagner pelo “Parsifal”.

Quem não gostou nadinha da ópera, no entanto, foi Nietzsche, que antes tinha Wagner como um modelo de trágico “quase grego” e que se arrepiou ao ver o seu colega de aventura pagã fazendo defesa da castidade e falando em Graal. Disse que desprezava quem não via na ópera um assassinato da ética básica…

Coloco aqui, como comemoração do aniversário, a abertura da ópera, com sir George Solti regendo. Vejam como os acordes são fluidos, como a melodia é quase misteriosa. É bonito demais.

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