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György é meu compositor favorito da segunda metade do século 20. Acho que é o sujeito que melhor conseguiu fazer experiências sem deixar de lado o aspecto mais “divertido” da música.

Para começar, ele tinha uma paixão pelo ritmo. Enquanto muitos compositores apostaram no silêncio, ele gostava de preencher os espaços. E com uma estrutura que, embora difícil de entender, muitas vezes, soa compreensível, até agradável, o que não é dizer pouco para alguém de sua época.

O primeiro dos três estudos aqui é uma mostra disso. Ligeti faz do piano uma metralhadora de notas.

O segundo estudo, que soa mais experimental, “Touches”, é divertido não só de ouvir, como de ver. Nesse caso, a execução de Pierre-Laurent Aimard foi filmada bem de pertinho e dá para imaginar o aperto que o pianista passa para tocar tantas notas próximas uma da outra.

O terceiro e último estudo, como já faz prever o nome, “Outono”, tem mais preocupação com a atmosfera. A melodia passeia por notas cromáticas enquanto a mão esquerda registra uma constante rítmica harmônica bem interessante.

Ligeti se foi há seis anoa. Ainda é cedo para dizer o que o futuro pensará dele. Na minha modestíssima opinião (e não poderia ser mais modesta), ele será um símbolo da boa música de seu tempo.

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