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Thomas Adès inventa a música do futuro
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Reprodução/Internet
Thomas Adès: geniozinho inglês passou pelo Brasil.

O britânico Thomas Adès apareceu no Brasil neste mês de novembro. Regeu a Osesp tocando algumas de suas próprias peças. Ele tem só 40 anos, mas tem moral como poucos músicos hoje no mundo. E os concertos em São Paulo deram uma boa mostra de por que ele chegou lá.

Adès acabou regendo a sua grande “peça de resistência”, a sinfonia “Asyla”, que o fez famoso. A música é de 1997, quando ele tinha apenas 26 anos. Simon Rattle gostou tanto que usou a peça no seu primeiro concerto como regente da Filarmônica de Berlim. Depois regeu um belo concerto para violino e orquestra. E sua mais nova composição, “Polaris”.

O que chama a atenção na música de Adès é que ele consegue fazer algo totalmente moderno (ou seja, não se trata de alguém que faça “mais do mesmo”, ou que possa ser acusado de conservador), mas sem nunca perder de vista que música é para ser divertido de ouvir. E, pelo menos em certa medida, palatável.

A música que ele faz é ousada: nunca fica em modelos convencionais. Tem instrumentos construídos só para ter um som específico que ele quer. Tem ritmos totalmente esquisitos, e alguns que até fazem dançar.

Mas em nenhum momento ele faz música para helicópteros ou metrônomos. E não é baseada em nenhuma série mística ou ultracomplicada de sons que obrigue o ouvinte a fazer um curso para poder entender o que está acontecendo no palco.

É música boa de ouvir. Às vezes tocante, às vezes dançante, nunca tímida ou fácil. Mas, principalmente, boa de ouvir. E isso, pensando num cenário em que tanta gente estava preocupada em fazer de coisas “extramusicais” o centro da música, é uma boa notícia.

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