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Vale ver a mostra de Modigliani no MON
| Foto:
Antônio More/Gazeta do Povo
No total, 59 obras estarão na mostra. Além de quadros e desenhos de Modigliani, há trabalhos de artistas que conviveram com o italiano

O Museu Oscar Niemeyer está com uma bela exposição de obras de Modigliani. Além de trazer telas, desenhos e esculturas do autor, a mostra exibe também trabalhos de contemporâneos que conviveram com Modigliani e o influenciaram: desde Picasso até sua namorada no fim da vida. Os textos, embora longos, também ajudam a dar um bom panorama da curta vida do artista.

Modigliani é um nome especial na história do Modernismo. Apesar de ter tido só 36 de vida, e de ter pintado durante pouco mais de uma década, só, deixou um legado impressionante. E esse legado, no fundo, tem muito de Humanismo. A começar pelo fato de que suas telas, sempre, sempre, terem uma pessoa como objeto.

Autor de retratos, Modigliani conviveu com a efervescência inicial do Modernismo. Na época de seus principais trabalhos, Picasso estava inventando o Cubismo, Matisse, Braque e Kandinsky estavam barbarizando o figurativismo e Duchamp já estava botando sua bicicletinha para rodar.

Modigliani não era necessariamente menos radical ou mais conservador. Mas tinha um jeito mais clássico. Suas figuras, embora não fossem 100% “naturais”, eram apenas estilizadas, nunca deformadas como ficariam no caso de Picasso. É Possível, apesar do estilo moderno, reconhecer efetivamente o retratado.

Suas mulheres são realmente bonitas, com olhos charmosos e azuis, por vezes. Seus retratos de pintores, mesmo com traços nada clássicos, são retratos, antes de mais nada. Suas estátuas, embora com proporções estranhas, são antes de tudo feitas para ser bonitas de um jeito clássico.

Não é à toa que suas cabeças parecem tanto com imagens da Roma antiga. Seu jeito de ser moderno, afinal, não era o de procurar caminhos excêntricos de futuro, mas de remodelar a maneira antiga, dando um ar excêntrico ao trabalho sem ao mesmo tempo perder uma comunicação mais direta com o espectador.

As esculturas, aliás, são um dos pontos altos da mostra. Cinco cabeças, na maior parte de mulheres, de cariátides, belíssimas, alongadas, com uma economia tremenda de gestos. Assim como é outro ponto alto a maior tela trazida, de um nu feminino feito pouco antes da morte de Modigliani.

Vale ver. E, aliás, no próximo domingo, por ser o primeiro do mês, sai de graça!

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