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Bem diferente dos métodos anteriores, a terapia Son-Rise é um programa domiciliar dirigido aos pais. Objetiva construir experiências interativas e estimulantes para a criança em seu dia-a-dia, visando à expansão do mundo infantil por ações afetuosas. Os pais recebem auxílio para planejar sessões lúdicas em um ambiente preparado para a criança (na própria casa onde vive). O entusiasmo dos pais é reforçado, num resplandecer da esperança.

A proposta é que o adulto vá até o mundo autista, buscando uma ponte entre ele e o resto do mundo. Acredita-se que, nessas condições, a criança se sentirá impelida/motivada ao relacionamento com seus pares.

Ao contrário dos outros métodos anteriormente trazidos, no Son-Rise, os comportamentos repetitivos e de isolamento não são uma questão a ser evitada, mas sim permitida com a maior naturalidade. Acredita-se que, nesse processo, a criança possa fazer a sua autorregulação e satisfazer suas necessidades sensoriais.

O respeito ao tempo da criança é um ponto forte. O terapeuta junta-se à criança, realizando a atividade que ela realiza. Por exemplo, a criança está rasgando papel repetidamente, o terapeuta senta para rasgar papel junto com ela. Isso é completamente diferente ao preceituado nas outras abordagens anteriormente expostas. Se você vir um terapeuta ABA ou TEACCH fazendo alguma estereotipia ou um comportamento de fixação junto à criança, chame o SAMU que seu terapeuta está tendo um AVC. Isso porque, para o ABA e para o TEACCH, ambos por beberem da abordagem comportamental, juntar-se à criança nesses momentos seria reforçar um comportamento inapropriado, já para o Son-Rise, é uma forma de realizar uma ponte com a criança, entrando em seu mundo como primeiro passo para trazê-la para o “nosso mundo”.

Quando a criança oferece um “sinal verde” para a interação (olhando, falando, realizando um contato físico), entende-se que seu estado de disponibilidade está mudando e que está interessada em nosso mundo. Em resposta a isso, oferece-se uma atividade interativa que possa ser interessante para a criança.

O Son-Rise, na minha opinião, é o método mais fofo e agradável de se lidar. É acolhedor, e respeita o consentimento. Mas é preciso dizer que muitos pesquisadores consideram o método sem comprovação científica. E, antes que os pais que têm filhos no método me joguem pedras, eu não o estou criticando, mas não posso de deixar de pontuar que muitos pesquisadores apontam que o método não tem comprovação científica adequada. Por outro lado, é importante a gente mencionar que a própria maneira que o método se estrutura dificulta que sejam realizadas pesquisas por amostragem.

José Salomão Schwartzman (2011) (neuropediatra, formado na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, especializado em Neurologia Infantil no Hospital for Sick Children, em Londres, professor titular de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie), inclui o método Son-Rise na sessão de “Terapias alternativas e controversas”, objetando que não há, até o momento, estudos que comprovem sua eficácia. Vale ressaltar que existem atualmente diversas pesquisas sendo feitas no sentido de conferir maior cientificidade à abordagem. Acho super legal que, se houver um terapeuta Son-Rise que queira esclarecer sobre a cientificidade do método, comente, traga informações. Seria bem bacana! O espaço está sempre aberto.

Conheço vários pais que peregrinaram por outras abordagens até chegar ao Son-Rise, e pais que saíram do Son-Rise para outras abordagens. É engraçado, porque pais que chegaram ao Son-Rise, dizem que foi a “melhor coisa”, e pais que saíram desse método dizem que foi a “melhor coisa”. Pessoalmente, já apliquei esse método com minha filha e realizei a mudança para o ABA por motivos de orientação médica. Como fiquei pouco tempo nesse método, não pude verificar resultados palpáveis. Mas vejam que essa foi a MINHA experiência e cada pai tem que ter a própria vivência e respeitar a vivência dos outros. Já escutei histórias de crianças que evoluíram muito com esse método.

O método Son-Rise foi fundado pelo casal Barry e Samahria Kaufman. O motivo da montagem do método foi Raun, o filho do casal, diagnosticado com autismo severo e um QI abaixo de 30. Os pais, porém, não se conformaram, e partiram à luta. Após cerca de três anos de dedicação de seus pais, Raun Kaufman se recuperou de seu autismo. O pequeno Raun, hoje adulto, continuou a se desenvolver de maneira típica e cursou uma universidade altamente conceituada e agora é o CEO do Autism Treatment Center of America, fundado por seus pais em Massachusetts, nos EUA. Essa história é o MÁXIMO, não é?!

Lembrando sempre que o objetivo de nossas postagens não é defender esse ou aquele método, mas sim utilizar o espaço para que as pessoas conheçam um pouquinho mais sobre cada método. O espaço está sempre aberto aos profissionais da área e pais que queiram complementar algo! Quanto mais informação, melhor! A ideia do blog é essa, construirmos, todos nós, juntos, uma rede de informações acessíveis sobre autismo.

Seu filho fez ou faz Son-rise? Como foi/é sua experiência?

Espero que tenham gostado! Fiquem atentos às próximas publicações de segunda-feira para saberem mais sobre métodos de tratamento. Dia 20 de fevereiro, estaremos falando sobre DIR®FloortimeTM.

Grande abraço!

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