É desejo

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Uma das delícias da gravidez é ter todos os seus desejos culinários atendidos — desde que, lógico, esses desejos não envolvam carnes cruas e bebidas alcoólicas, vetadas para gestantes. Você pode pedir manga à meia-noite, pão caseiro que sua mãe fazia quando você era criança ou rabanadas no meio da tarde. Sempre surgirá alguém — marido, mãe, sogra, pai, amigos… — para atender ao seu pedido. E você também poderá se virar sozinha. Largar tudo no meio da tarde e ir para a padaria devorar aquele bolo cheio de chantily e morangos está liberado. Basta dizer: é desejo.

Eu já tive desejo de tudo o que citei no parágrafo acima. Mas o que tem batido forte é a vontade de comer ovo frito, com a clara durinha e a gema meio mole, com pão. Não passa uma semana em que eu não devore, pelo menos, uns dois ou três desse. O interessante é que, se tem uma coisa da qual nunca fui muito fã, é pão com ovo. Ainda mais com gema mole — esse eu passo, diria há não muito tempo.

Na gravidez do José Fernado aconteceu algo parecido. Mas o desejo era por feijão preto e costela assada. Outros dois pratos que eu passaria reto antes da gravidez se tornaram deliciosas iguarias gourmets para mim.

Estudos dizem que esses desejos têm relação com duas coisas: a insuficiência de algum nutriente no organismo da mãe e variações hormonais que ocorrem durante a gestação. Acho que também podemos colocar aí uma pitadinha de carência — sim! queremos atenção — e aquela sensação de liberdade de poder comer sem culpa. Afinal, é desejo.

Mas vamos com calma, né? Não sou uma grávida que fica o tempo todo de olho na balança, porém acho prudente seguir a recomendação médica de controlar o peso durante a gestação. Manter uma alimentação na maior parte do tempo saudável e equilibrada — e nesse equilíbrio acho que devem entrar também doces, gorduras e guloseimas —  vale para todos os momentos da vida, mas na gestação e durante a amamentação é essencial para a saúde da mãe e também do bebê.

E por aí, quais desejos apareceram durante a gravidez?