Qual ex-presidente brasileiro, nos tempos de escola, tirou nota 4 em português e nota 1 em álgebra? Quem pensa ter a resposta na ponta da língua presa está enganado. O presidente em questão (ainda que outros possam ter repetido a proeza) é o celebrado visionário Juscelino Kubitschek.
Em 1916, aos 14 anos, quando estudava no seminário de Diamantina (cidade mineira onde nasceu), JK deve ter levado um puxão de orelha de sua mãe, Júlia. Das nove notas registradas no boletim escolar do jovem Juscelino, há um 8, um 7, um 6, três 5, dois 4 e um 1 — média 5. Pelo jeito, 5 era seu número de sorte: tempos depois, arrebatou o país com o slogan “cinquenta anos em cinco”.
Fotografei o boletim escolar de JK no museu Casa de Juscelino, situado na residência em que o ex-presidente foi criado, em Diamantina — na foto abaixo, o nome dele está marcado com uma fita (Juscelino Kub. D’Oliveira). Vá lá que a escola daqueles tempos era mais exigente do que a de hoje (o desempenho médio dos colegas de JK também não era bom), e que, fora das salas de aula, a vida de Juscelino não foi fácil. Além do mais, é claro que algumas notas baixas significam pouco ou nada. De qualquer maneira, diante desse e de outros exemplos mais recentes, é melhor não duvidar do repetente que pretende ser presidente. Pode até ser uma estratégia de identificação com os eleitores: afinal, a maior parte da população também vai mal na escola (mal vai à escola). No final das contas, a nota zero vai para todos nós, em matéria de consciência política — porque pior do que esteve e está, sempre pode ficar.
Boletim escolar com as notas do ex-presidente JK, do acervo da Casa de Juscelino, em Diamantina(MG)
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Agudas
– “A relação entre o número de alfabetizados e de analfabetos é sempre constante. A diferença é que, hoje, os analfabetos sabem ler.” (Alberto Moravia)
– “… o admirável em Juscelino é que ele se conservou na ascensão, na glória, na queda e na adversidade dentro das mesmas qualidades de endurância, brandura, tolerância, alegria e bondade que tinham habitado o menino.” (Pedro Nava)
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Depois de três meses atualizando o blog três vezes por semana, informo que, a partir de agosto, as crônicas serão publicadas em duas edições semanais: às segundas e sextas-feiras. Para evitar uma crise de abstinência causada por essa redução na frequência, o Ministério da Saúva recomenda que os leitores acompanhem os pitacos diários no Twitter!
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