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Neutralidade não deve ficar nas mãos da Anatel, afirma hackativista
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Deixar a regulamentação da neutralidade na rede a cargo da Anatel, como quer parte do governo, seria desastroso para os usuários, de acordo com o hackativista e publicitário João Carlos Caribé. Ele participou nesta sexta-feira de um debate na Campus Party, em São Paulo, sobre o ativismo político nas redes digitais. A preocupação dele é que a Anatel estaria alinhada aos interesses das empresas de telecomunicações.

“Se a gente deixar, vão transformar a nossa internet em uma TV a cabo”, disse, referindo-se aos diferentes pacotes de tevê a cabo de acordo com o número de canais. A neutralidade na rede prega a não diferenciação de planos, independentemente do uso que se faz da internet. Pelo desejo das empresas de telefonia, afirma Caribé, haveria planos para acessar sites e e-mails, mas não para baixar vídeos ou usar o Skype, por exemplo.

O hackativista afirma que há dois fortes lobbys atuando sobre o projeto do Marco Civil, atualmente parado no Congresso: as teles e as defensoras de coypright (direitos autorais). “A preocupação do lobby dos direitos autorais não é a pirataria. A pirataria é irrisória para a indústria. Não significa quase nada. O medo é a competição.Não querem que a gente continue produzindo conteúdo, softwares livres, videos”, defende.


Caribé, à esquerda, e Amadeus, à direita.

Hackativismo

O sociólogo Sérgio Amadeus, professor da Universidade Federal do ABC, onde lidera o grupo de Cultura Digital e Redes de Compartilhamento, diz que o Brasil segue tendência similar aos dos Estados Unidos, onde o FBI tenta fechar o cerco aos hackativistas. “O Plano de Defesa Cibernética (proposto pelo Ministério da Defesa) é uma palhaçada. Coloca os hackativistas como os grandes adversários. O hackativismo combate injustiças. Derrubar um site é bem diferente de soltar uma bomba, que tem vítimas fatais.”

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