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O problema educacional brasileiro não é novidade pra ninguém, e muito menos é recente. São décadas de atraso e políticas públicas equivocadas, que não priorizaram o ensino básico e mantiveram milhões de brasileiros longe de um futuro com mais oportunidades.

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A falta de acesso a uma educação de qualidade condena nossos jovens, principalmente os mais pobres, a um futuro ainda mais difícil. Quase metade das crianças até 14 anos vivem na pobreza e chegam à vida adulta sem qualificação para buscar empregos de qualidade e ajudarem a transformar a sua vida e de suas famílias.

Caminhando na contramão do desenvolvimento, o Brasil deixou o ensino básico em segundo plano. Isso fica claro quando vemos os repetidos resultados vergonhosos no Pisa, ranking internacional de educação, com nosso país permanecendo nas últimas colocações. Como exemplo, quase 93% dos alunos terminam o ensino médio sem noções básicas de matemática e 27% dos brasileiros até 64 anos são analfabetos funcionais.

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A oportunidade de virar esse jogo mora justamente em proporcionar aprendizado e incentivos adequados desde os primeiros anos de vida. Como mostraram os estudos do Nobel de Economia, James Heckman, quanto mais cedo se investe no jovem, maior o retorno ao longo de sua vida.

Hoje, o governo gasta 3,7 vezes mais com um aluno do ensino superior do que com um aluno da educação básica. Em países desenvolvidos, essa média é de apenas 1,7 vezes. É necessário planejar uma solução sustentável de financiamento das universidades para permitirmos alocação de mais recursos para os alunos mais jovens.

Precisamos nos basear em dados e evidências e construir políticas públicas que efetivamente contribuam para o nosso desenvolvimento educacional. É preciso expandir o acesso ao ensino infantil e creches, priorizar o ensino básico na alocação de recursos, valorizar os profissionais de educação e garantir sua qualificação cada vez mais focada na prática de ensinar.

A maioria dos alunos do ensino básico está na rede de ensino municipal. Apoie quem trata o ensino básico como prioridade. Esse é o caminho para um país com mais oportunidades e menos privilégios.