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Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
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Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

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A cada dia vemos a rotina escolar se tornar mais complexa. Outrora, tínhamos que dar conta de um pedagógico restrito e bem consolidado e não havia a preocupação da educação na essência, pois esta vinha de casa. A educação era trabalhada pelas famílias num rigor sem ressalvas, era rara a escola com problema disciplinar, pois as famílias faziam a sua parte de educar para a sociedade. E a escola fazia a sua parte que era a de ensinar, na verdadeira essência da palavra.

Hoje, não é mais assim. A escola educa muito mais que ensina as crianças, que não sabem o que, muitas vezes, o que são regras, a disciplina, o ‘sim’ e o ‘não’. Nossas famílias têm se perdido com relação ao real papel delas na sociedade, por isso as crianças estão representando um árduo trabalho para a escola, pois ela sim é a última trincheira da educação formal e informal. É na escola que as crianças têm vivido as suas primeiras experiências de negação, de contrariedade, de regras impostas para um bem comum.

Sendo assim, percebemos um movimento muito triste acontecendo: as pessoas não querem mais cuidar e educar os filhos alheios, elas não suportam mais levantar de manhã para ensinar as crianças a educação que deveria vir de casa.

Devemos refletir, por que as universidades e faculdades estão fechando os cursos de humanas, por que será que não temos mais candidatos a dar aulas, por que o pedagogo prefere a empresa à escola? Se pudéssemos colocar uma sugestão para esse impasse, diríamos que ninguém mais quer educar o filho do outro. O professor tem a rara responsabilidade de educar para o mundo. Além do pedagógico, ele se apresenta como um tutor, um psicólogo, um médico, um fisioterapeuta.

Como é triste e perturbador afirmar que o professor está se afastando pela depressão por não conseguir alcançar um ideal que está longe de acontecer, pois o cuidar das crianças gera o disciplinar das famílias, e os adultos hoje, não querem a disciplina, querem sim, viver a vida e cuidar do seu próprio umbigo. Cadê a família? Cadê?

Onde estão os papéis de pai e mãe, os verdadeiros disciplinadores? Acho que perdemos isso ao longo do tempo. Descrentes de um mundo melhor e mais organizado, passamos o tempo vivendo o dia, vivendo o momento e esquecendo que temos um futuro. E os pais esquecem que a escola é passageira, que o contrato de pai e filho é eterno e, certamente, a colheita pela boa ou má educação se fará pela família e não pela escola.

>> Esther Cristina Pereira – diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR), diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná) e autora do livro “Filhos na Escola Integral: considere esta opção na sua família”.

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