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(Foto: Diego Henrique da Silva)
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(Foto: Diego Henrique da Silva)

Os maiores aprendizados que tive sobre liderança me foram ensinados fora da escola, na fase adulta. Por essa razão, já compartilhei com pessoas próximas essa sensação de desenvolvimento pessoal tardio. Por “desenvolvimento pessoal”, me refiro à descoberta de nossos próprios pontos fortes e fraquezas, à compreensão dos nossos medos e à busca de estratégias para enfrentá-los, saber identificar quando o trabalho em equipe não está saudável ou produtivo e intervir para mudar esse cenário, entre outras coisas que são fundamentais para navegar pela vida social.

Atrevo-me a dizer que o modelo de educação formal tem sua parcela de responsabilidade nesse resultado (a princípio individual, mas que pode ser compartilhado também por outras pessoas), ao priorizar habilidades como a memorização em vez da capacidade analítica e a reprodução dos saberes já estabelecidos à investigação a partir do ponto de vista do(a) educando(a), por exemplo.

Por onde começar?

Talvez o primeiro ponto que deve ser considerado por educadores e educadoras que queiram contribuir para desenvolver aspectos de liderança com adolescentes seja transmitir a ideia de que existem diferentes perfis de liderança. Líder não é aquele homem, branco e heterossexual  engravatado que manda enquanto todos os demais obedecem. É alguém que trabalha a escuta ativa, que busca entender as necessidades de uma comunidade, instituição ou negócio para elaborar formas de atendê-las. Para isso, é preciso manter viva a curiosidade e o interesse para buscar soluções, mesmo que não se tenha certeza sobre qual a melhor alternativa.

Como consequência dessa curiosidade, é importante fazer surgir a consciência de que agimos sobre o meio da mesma forma que ele age sobre nós. Estamos inseridos nele e modificando-o constantemente. Razão pela qual podemos nos ver enquanto parte da solução de problemas vivenciados. Nesse ponto, os conhecimentos e saberes mais bem incorporados terão forte conexão com aquilo que vivenciamos no cotidiano, motivo que leva a crer que partir das percepções prévias dos (as) educandos (as) no processo de aprendizado seja também outra boa maneira de começar.

Por último, aprender a lidar com a diversidade e as divergências de pensamento é, talvez, nosso maior desafio ao longo da vida. Desenvolver essa habilidade exige muito trabalho em equipe e constante incentivo ao diálogo. Enquanto isso, o educador ou a educadora exercem um importante papel conciliador para garantir que os(as) participantes negociem uma saída para determinado impasse de maneira saudável e satisfatória para todos(as).  Só assim aprendemos que, às vezes, precisamos abrir mão daquilo que inicialmente vislumbrávamos para um projeto em nome do bom desempenho da equipe e que liderar significa muito mais saber trabalhar em conjunto do que decidir tudo sozinho (a) e da maneira que bem se entende.

* Artigo escrito por Paula Nishizima, jornalista e educomunicadora do coletivo Parafuso Educomunicação. O Parafuso Educom é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

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