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Educação através da Arte: um ponto central, desde a infância
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O quanto arte e educação se relacionam, especialmente na atualidade? O quanto a adoção de metodologias que colocam a arte como um importante aspecto curricular pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e técnico dos alunos, nas diversas fases e faixas etárias de sua formação? Há escolas e linhas pedagógicas, como a Metodologia Montessori, que consideram a arte um ponto central, desde a educação infantil.

 

Ter a arte no centro do ensino, desde a infância, estimula não apenas habilidades como a criatividade e a coordenação motora, mas vai muito além. Pesquisas já comprovaram que o ensino e o estímulo à arte influenciam de tal modo que formam adultos com maior capacidade de trabalhar em equipe, mais facilidade de gerenciar problemas, autoestima melhor trabalhada, tornando-se pessoas mais altruístas e com um espírito livre e sem medo (ou com menos medo) de lidar com frustrações, quando ocorrerem. Maria Montessori, criadora do Método Montessori, dava uma importância fundamental à arte. Ela afirmava que as crianças precisavam ter, desde muito cedo, contato com obras, cores, traços, músicas.

 

ARTE E SENSO DE COLETIVIDADE

Trabalhamos em nossa escola a arte tanto na sala de aula, em atividades cotidianas e disciplinas variadas quanto em ocasiões especiais, como a atividade Vivência Artística do Colégio Sion Curitiba, que em 2018 teve como tema “Eu, o outro e o Coletivo”.

 

A partir de uma caixa de papelão, que cada aluno trouxe para a escola, nós trabalhamos o conceito do Eu, cada aluno sendo sua caixa. Na sequência o conceito do outro, conhecendo as outras caixas e sabendo que todas juntas podem formar algo mais sólido e estruturado – e que, quando unimos o ‘eu e o outro’, temos o coletivo. Pudemos com esta atividade vislumbrar a construção de uma cidade. Foi maravilhoso!

 

Este ano, o formato da Vivência Artística trouxe também novidades. Desde o tema, que abrangeu além dos “artistas referenciais”, tendo o processo artístico de cada criança, desde a concepção da ideia até a finalização do “todo”, como foco. A proposta foi de que os alunos compreendessem que também podem, com autonomia e protagonismo, ser autores de seus processos criativos, das ligações entre as partes propostas e de tudo que envolve tal produção. Foram três dias intensos de muita conversa e produção, com um final que surpreendeu a todos.

 

Todas as faixas de ensino participam da Vivência Artística e todos os alunos integram as atividades. Existe um projeto pensado com muito carinho para a Educação Infantil. Este ano, por exemplo foram trabalhadas com as crianças da Educação Infantil as questões das etnias, da diversidade cultural brasileira e do respeito às diferenças.

 

ANDRÉ MENDES

Uma estratégia produtiva para envolver o aluno com a arte é trazer à escola expoentes da produção artística contemporânea para participar de atividades referentes às artes. Fica também muito interessante quando estes artistas foram alunos da escola.

 

Em nossa Vivência Artística de 2018, trouxemos entre os convidados o curitibano André Mendes, expoente da arte contemporânea nacional e mundial, que foi aluno da escola.

“É sempre muito gratificante participar da Semana da Arte. Este ano desenvolvemos com os alunos um pensamento sobre a cidade. O produto final foi uma grande cidade miniatura com a participação de todos os alunos, de todas as idades. Esta construção física foi linda, percebemos a unidade e a força do conjunto da obra, porém, o mais importante foi pensar na cidade como um ‘organismo’, questionar problemas e possíveis soluções, discutir posicionamento como cidadão e ser surpreendido positivamente com discursos, ideias e ações que demonstram que esta geração está atenta e atuante”, nos conta o artista, com sólida carreira nacional e internacional – e que em junho teve sua primeira mostra individual em Paris, no Centro Cultural Cloître des Billettes (CCCB), um claustro medieval com mais de 700 anos de história localizado no coração da capital francesa.

 

“Apresentar meu trabalho em Paris foi sem dúvida um marco na minha trajetória. Hoje estou produzindo desenhos, pinturas e esculturas, além dos murais e atividades como workshops. Tenho como principal interesse a materialidade da cor, a criação de esculturas e as novas linguagens que permeiam o universo da arte”, revela o renomado artista. Ele afirma que a educação escolar teve influência em sua formação e sua opção por uma carreira relacionada às artes.

 

Para ele, a educação para as artes nas escolas estimula os alunos a encontrar e externar sua própria voz. “Se pensarmos na arte como forma de expressão, podemos dizer que estamos ensinando aos alunos como externar seus sentimentos e visualizá-los nos seus trabalhos, e a ter experiências com voz, corpo e imaginação, mostrando quem são ou gostariam de ser”, analisa. “A liberdade da arte é mais que necessária. Mas não podemos nos dedicar às artes apenas, na escola aprendemos das ciências exatas às artes. Acredito que as escolas devam cada vez mais buscar o equilíbrio entre o currículo obrigatório e a formação dos alunos como pessoas, fortalecendo a comunicação, a colaboração, o caráter, a criatividade e o senso crítico.”

 

*Artigo escrito por Vanessa Lima, professora de Artes para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental do Sion Curitiba. Os Colégios Sion colaboram voluntariamente com o Blog Educação e Mídia.

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