A inovação tem sido objeto de estudo de diferentes áreas do conhecimento e na área educacional não é diferente. Mesmo sendo um termo que surgiu na área organizacional, mais precisamente na indústria, muito tem se falado em “inovar” no processo de ensino-aprendizagem. Isto é, em buscar novas estratégias metodológicas para que o processo de ensino-aprendizagem seja efetivo. Na área educacional grande parte das inovações têm sido atreladas às tecnologias da informação, comunicação e digitais.
Mas, será que o inovar precisa – de fato – estar atrelado a tais tecnologias? Devemos refletir no que tange às tecnologias, a inovação e às metodologias de ensino, mas voltando-se sempre à efetividade do processo de ensino-aprendizagem como um todo. Afinal, tão somente o ensinar não traz a efetividade do aprender.
A inovação em sua definição não significa apenas o trazer algo novo, mas, também, em buscar novas estratégias para o já existente. Ou seja, mudar práticas, mesmo que com a utilização de recursos não atrelados necessariamente às tecnologias da informação, comunicação e digitais. Gravatá et al (2013) afirma que a inovação é subjetiva, assim como o educar é intrínseco, desta forma, cada um de nós percebe como inovador aquilo que é diferente, que não faz parte de nosso dia a dia ou naquilo que nunca ouvimos falar.
Numa sala de aula o professor poderá inovar, por exemplo, deixando seus alunos livres para solucionar um problema, ou até mesmo, permitindo a eles que resolvam situações cotidianas por meio da socialização de suas ideias, formando conhecimentos individuais e/ou coletivos, por meio da inovação não somente na metodologia, mas na forma de aprender dos alunos.
No espaço escolar, o “abrir as portas” para a imaginação, para o conhecimento do todo, para o fantasiar, para a utilização de tempos e espaços já conhecidos de formas diferentes, possibilitando um ambiente criativo, é também uma inovação.
Neste âmbito, novamente questiono, será que a inovação educacional está necessariamente atrelada às tecnologias informacionais, comunicacionais ou digitais? Tomo a liberdade de dizer que não.
A inovação está nas mãos dos professores, da escola, dos alunos, do fazer diferente, do permitir-se mudar. Está na criatividade, na liberdade do pensar, na liberdade do ser e do estar. Inovar no campo educacional é buscar estratégias para o desenvolvimento da cidadania e da educação para a sustentabilidade. É o ambiente pedagógico estar aberto a rever seus processos e conceitos, buscando encontrar suas fragilidades e potencializar suas qualidades, suas boas práticas. Inovar é um processo que provoca desconforto nos professores e na equipe pedagógica, mas é também um processo de aceitação e renovação, não necessariamente atrelado às tecnologias.
A inovação educacional ocorre a partir do momento em que o processo de ensino-aprendizagem se efetiva no ambiente escolar, mas principalmente, quando o conhecimento individual e coletivo gerado na escola é refletido no meio social, ou seja, quando o conhecimento e as experiências atravessam os muros da escola em prol de uma sociedade mais equânime, o que só é possível quando a escola compreende seus alunos como protagonistas no processo de ensino-aprendizagem.
* Cíntia Cargnin Cavalheiro Ribas é coordenadora do curso de pedagogia do Centro Universitário UniOpet, associado ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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