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Praça Dealey, local onde o ex-presidente John F. Kennedy foi assassinado há 50 anos atrás
Praça Dealey, local onde o ex-presidente John F. Kennedy foi assassinado há 50 anos atrás| Foto:
ABC News

Abraham Zapruder, imigrante russo responsável pelas imagens do assassinato de Kennedy

Hoje, 22 de novembro de 2013, um assunto domina as manchetes nos EUA: os cinquenta anos do assassinato do presidente John Kennedy. Tenho acompanhado a cobertura em primeira mão, já que estou nos EUA por motivos de estudo e tenho um grande interesse pelo assunto. Parece que é impossível que entre tantos livros, documentários, séries televisivas, artigos e reportagens qualquer detalhe daquele dia seja esquecido. Desde a família do presidente, suas políticas, seu assassino – Lee Harvey Oswald – e até a cidade de Dallas, onde o crime aconteceu. Contudo, percebi que meus figurantes favoritos em uma história tão rica em personagens até agora não receberam muita atenção.

Trata-se de Abraham Zapruder, um imigrante russo e empresário graças ao qual temos imagens em movimento do instante exato do crime; Lillian Rogers, sua secretária, que convenceu Zapruder a voltar para casa e pegar sua filmadora quando soube que ele não planejava filmar o presidente passando tão próximo de seu escritório; e Marylin Sitzman, a recepcionista que ficou responsável por dar suporte ao chefe enquanto este se posicionava em cima de uma coluna de concreto para obter um melhor ângulo de filmagem.

Em 1963, máquinas fotográficas já não eram objetos estranhos à classe média americana. Isso se comprova pela grande quantidade de imagens registradas pela população que tomou as ruas para acompanhar a carreata do presidente naquela manhã de novembro. Somente Zapruder, contudo, estava no momento exato, na hora exata e com uma filmadora nas mãos para fazer história. E estava lá apenas com o apoio (literal, no caso de Stizman) de duas de suas funcionárias.

Estes três civis anônimos contribuíram para o que é talvez o filme caseiro mais importante da história. Foi graças à estas imagens que toda uma cultura de conspiração em torno da morte do presidente se baseou.

Atualmente, estas teorias conspiratórias estão desacreditadas, mas o impacto que tiveram na cultura americana é imensurável – e está refletido em qualquer cobertura jornalística que você acompanhe hoje sobre a morte de Kennedy.  Podemos até ir mais além: qualquer civil hoje em dia, registrando violência, seja no centro cívico de Curitiba ou no Parque Taksim Gezi em Istambul tem um pouco de Zapruder, Rogers e Sitzman.

 >>Artigo escrito por Lívia Lakomy, jornalista e membro da Associação Mensa Brasil

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