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Atentados em Paris, refugiados atravessando o Oceano e buscando dignidade em outras terras, confusão nas fronteiras, nas cabeças, nos corações.

Como falar sobre o que se passa na atualidade com as crianças?

Um vídeo que tem se tornado viral no mundo mostra o trecho de uma reportagem em que um pai tenta mostrar para o filho pequeno que, apesar de haver homens maus em todo lugar, ele e seu filho não precisam mudar-se da França, que é seu lar e que apesar de haver armas, ainda existem flores.

Naquele momento a poesia suplantou a violência!

Mas para além da poesia há outras “armas” com as quais podemos lidar para trabalhar o medo e a confusão: a educação para a mídia, que nos ensina a selecionar, analisar e usar crítica e criativamente a informação que adquirimos e nos ajuda a ser mais autônomos. Pois hoje, mais do que nunca, é preciso ler criticamente o que acontece mundo afora.

A chegada dos refugiados no continente europeu tem gerado sentimentos às vezes contraditórios: repulsa, solidariedade, medo, apreensão, dúvidas. São todos bons? São todos jihadistas infiltrados querendo recuperar a Península Ibérica como prometido até 2020? Neste jogo político e social as verdades variam conforme o lugar de onde se olha.

Então como conciliar medo e direitos humanos? Como ter uma cobertura jornalística imparcial, inteligente, informativa? Como trabalhar com esses temas nas escolas para que nossas crianças não transformem-se em futuros xenófobos?

Seguem algumas sugestões de temas para atividades em sala de aula. E espero que possam inspirar outras. Quem quiser pode ainda ver o site da ACNUR (http://www.unhcr.org/pages/4b7409436.html), com várias atividades em várias línguas ou ainda o Me Explica (http://meexplica.com/), que se propõe a “traduzir” este mundo para uma linguagem mais acessível e menos babélica. Se é que é possível. E caso você queira ajudar os refugiados que estão no Brasil (sim, há mais de dois mil) pode acessar os endereços que a Revista Vida Simples divulgou: (http://vidasimples.uol.com.br/noticias/compartilhe/como-ajudar-os-refugiados-sirios.phtml#.Vk3xv3bhDIV)

Sugestão de temas para a sala de aula

Imigrante ou Refugiado?

A palavra que descreve é a mesma que discrimina. Por isso, é interessante que o professor busque com os alunos em jornais, sites, blogs (internet, em geral) como estão sendo tratados os personagens desta crise, já que existe uma diferença de significado entre as palavras imigrante e refugiado que pode fazer toda a diferença na sua aceitação e em questões sócio-políticas, como a responsabilidade dos países europeus (e outros) de os aceitarem ou não.

Álbum de família

Resgatar história das famílias dos alunos e ver se há parentes de outros países que vieram para o Brasil ou saíram do Brasil para outras partes do mundo e o porquê dessas migrações. Além disso, buscar entender como foram recebidos e qual a diferença entre suas famílias e aquelas que saem de seus países e buscam outros lugares tentando melhores condições de vida; qual a diferença entre suas famílias e os refugiados de hoje, etc

Retalhos

O professor deve levar várias imagens, fotografias ligadas à crise dos refugiados, países atingidos por ela e espalhar no chão da sala de aula. Divididos em grupos os alunos devem separar algumas fotos e criar uma história sobre os refugiados. As histórias terão um final feliz ou não? O que seria um final feliz para os alunos? Eles voltarem para seus países e conseguirem viver sem guerras e conflitos? Serem aceitos na Europa e viverem sem preconceito? Vale a pena ver o que cada grupo colocará e estimular um debate acerca do que acontece no Brasil: que tipo de guerra vivem (diariamente) os brasileiros? (a guerra do tráfico, da impunidade, da miséria, do preconceito, do racismo, da homofobia?)

*Cristiane Parente de Sá Barreto é Jornalista, Educomunicadora, Sócia-Fundadora da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), Doutoranda em Comunicação e Pesquisadora do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade – CECS da Universidade do Minho, Bolsista da CAPES, Mestre em Educação pela UnB e em Mídia e Educação pela Universidad Autónoma de Barcelona. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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