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Procura-se professor que mata cão a grito e jacaré a beliscão
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Diversos problemas sociais ecoam dentro da sala de aula: famílias desestruturadas, pais com pouco tempo, energia e até mesmo pouco interesse pelos seus filhos, diferenças sociais, dificuldades econômicas, crise de valores, falta de respeito à autoridade, alunos que exigem seus direitos e não têm a mesma disposição para cumprir seus deveres, a predominância do individualismo…

Diante desse contexto, alguns pedem – talvez inconscientemente – que a escola

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resolva todos esses problemas. Afinal, cabe à educação mudar o mundo. Dessa forma, queremos que o professor ensine todas as matérias previstas no currículo, promova a cidadania, afaste as crianças das drogas, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. Além disso, as leis exigem que as diferenças sejam trabalhadas para que não ocorra o bullying e os problemas socioambientais devem ser abordados. Ainda, temos aquilo que muitos consideram como o principal: a formação de um profissional bem-sucedido.

Para resolver tudo isso e mais um pouco, os professores recebem salários menores que o de profissionais com o mesmo nível acadêmico e contam frequentemente com uma restrita infraestrutura; deve contar também com o suporte de sua equipe pedagógica, que está em crise pois enfrentam problemas semelhantes. Além disso, as licenciaturas, que são os cursos que habilitam o profissional a ministrar aulas, priorizam a aprendizagem da área específica, como matemática ou física, e apenas uma pequena parte da carga horária dessas graduações é destinada a capacitar o professor para a complexa arte de educar. Cabe a somente ele aprender lecionar na prática, com suas próprias tentativas e erros.

Nossa sociedade entrega aos professores importantes tarefas, mas para executá-las não fornece a capacitação adequada, os recursos necessários e não retribui com salários compatíveis. Nos anúncios de emprego e de concursos poderíamos mencionar: procura-se professor que mata cão a grito e jacaré a beliscão.

Mas por que dentro desse mesmo contexto alguns desses profissionais conseguem fazer um bom trabalho e outros sofrem tanto para realizar a mesma tarefa? Por que alguns educadores têm problemas com indisciplina e outros são respeitados pela mesma turma? Por que alguns professores não conseguem que seus alunos aprendam e outros sim? Em cada escola existe um ou mais professor herói, que cumpre diariamente missões quase impossíveis. Você lembra-se de algum? O que podemos aprender com eles?

>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral da Associação Gente de Bem.

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