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(Foto: Divulgação)

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Em 2007, um vídeo produzido pelo Grupo de Trabalho Imagem e Conhecimento (GTRIC), da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), nomeado de “Metodologia ou Tecnologia”, fez muito sucesso.

O vídeo está disponível no youtube, e o link para acesso está no final do texto. Inicia com uma professora ensinando a tabuada na sala de aula, utilizando um cartaz, ela aponta com uma régua a tabuada e os alunos repetem em voz alta. Em seguida o gestor da escola entra e anuncia que a escola irá mudar, que serão instalados novos equipamentos e que a professora não utilizará mais a tabuada antiga em suas aulas. Uma semana depois os equipamentos já estão instalados: televisão, projetor multimídia, um computador para cada aluno. A professora projeta a tabuada e os alunos repetem em voz alta, ou seja, tudo igual.

O audiovisual foi compartilhado e utilizado por muitos educadores em atividades de formação de professores para o uso das tecnologias, e se chega à seguinte conclusão: sem uma mudança de metodologia de aula não há tecnologia “moderna” que dê conta. A aula continua a mesma, a forma de ensinar também.

Em 2015, recebo um compartilhamento de um grupo no facebook que utiliza o Ipad na sala de aula, a professora postou fotos dos alunos utilizando o Ipad para a atividade “ditado”. Fiquei perplexa depois de ler os comentários, a maioria idolatrando a prática de ensino da Língua Portuguesa.

Oito anos depois do lançamento do vídeo Metodologia ou Tecnologia essa discussão parece que ainda não chegou a um grande grupo de professores, o tablet utilizado poderia ser muito mais aproveitado, mas ele apenas substituiu o lápis e o papel. Surge outro questionamento: qual é a utilidade do ditado feito pelo professor? Alguns podem argumentar que o ditado é uma estratégia de ensino para trabalhar ortografia e normas gramaticais, não concordo com isso, pois o ditado descontextualizado serve apenas como uma forma de avaliação punitiva.

O Ipad poderia estar sendo utilizado para leituras significativas de textos disponíveis na internet, produção de texto, uso de dicionários online, esclarecimento de dúvidas, ou seja, de uma forma mais produtiva e dentro de uma metodologia de ensino de língua portuguesa mais eficiente.

Link do vídeo:

*Escrito por Glaucia da Silva Brito. Glaucia é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná – UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação.

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