Com o encerramento dos interrogatórios do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus — integrantes do chamado “núcleo crucial” — a fase de instrução da ação penal entra na reta final. As defesas ainda podem solicitar diligências adicionais, como ouvir testemunhas citadas. Essas solicitações serão avaliadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
Concluída essa etapa, começa a fase das alegações finais: primeiro Mauro Cid (com delação premiada), seguido pelos demais réus, que terão 15 dias para se manifestar. Depois, Moraes consolidará o relatório e voto, para que a Primeira Turma — composta por ele, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux — marque o julgamento, previsto entre setembro e outubro de 2025, para evitar influência nas eleições de 2026.
Nos depoimentos, Cid afirmou que Bolsonaro teria confirmado a existência da “minuta do suposto golpe” e teria removido menções a prisões de autoridades, mantendo apenas o nome de Moraes. Já Bolsonaro negou a elaboração de qualquer minuta de golpe, mas assumiu ter debatido “hipóteses constitucionais” com comandantes militares e a criação de uma operação GLO após a derrota eleitoral.
Advogado de Trump fala no Entrelinhas sobre ação dos EUA contra a censura
A Trump Media, plataforma do presidente americano Donald Trump, e a Rumble, entraram com uma nova ação na Justiça Federal da Flórida, nos Estados Unidos, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As empresas alegam que o ministro estaria praticando censura e violando os direitos previstos na Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão. O processo busca impedir que Moraes continue a aplicar suas diretrizes e reivindica compensação por danos, citando ações anteriores do ministro, como o bloqueio de contas de influenciadores digitais.
Bolsonaro rebate existência de minuta para embasar golpe
Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre encontro no Palácio da Alvorada para tratar de documento que previa a quebra da normalidade democrática, Bolsonaro afirmou que Martins esteve com ele diversas vezes, mas que "não é uma pessoa adequada para tratar de minuta, seja qual for".
Rejeitando a expressão "minuta do mal", o ex-presidente declarou: "sempre tive o lado da Constituição" e refutou qualquer ligação com propostas fora da legalidade.
Ainda segundo Bolsonaro, não houve conversa específica sobre o conteúdo do documento mencionado por Moraes: "foi bater um papo lá apenas".
Defesa pede liberdade para Braga Netto
A defesa do general Walter Braga Netto protocolou um novo pedido de liberdade no STF, alegando que a prisão preventiva não se justifica mais após o encerramento da fase de interrogatórios no processo sobre tentativa de golpe de Estado. Preso desde dezembro de 2024 por suspeita de obstrução de justiça, o ex-ministro foi o último dos oito réus do “núcleo crucial” a ser ouvido por Alexandre de Moraes. Durante o depoimento, Braga Netto negou envolvimento em planos golpistas, ataques a comandantes militares ou tentativa de assassinato de autoridades. Disse ainda que é um democrata e refutou ter buscado informações sobre a delação de Mauro Cid.
Sanderson aciona TCU sobre uso do dinheiro público por Lula para vigiar opositores
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) protocolou uma representação no TCU pedindo a suspensão imediata do contrato entre o Governo Federal e a Rede Minerva, projeto que recebeu mais de R$ 54 milhões dos Ministérios da Justiça e da Saúde para monitorar redes sociais. Segundo Sanderson, o projeto estaria sendo usado para vigiar opositores do governo, como os deputados Gustavo Gayer e Carlos Jordy, com viés político e sem transparência.
A representação denuncia irregularidades como a autoconcessão de bolsa ao presidente do Ibict, contratações suspeitas de ex-assessores da Secom, uso de recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) e até uma viagem a Cuba sem justificativa técnica clara. O deputado acusa o governo Lula de desvio de finalidade e uso da máquina pública para fins partidários. Ele pede a apuração completa dos fatos, divulgação de relatórios e responsabilização dos envolvidos.
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