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O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) acusou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por crimes e sugeriu que ela “precisa ser retirada de circulação”. A fala foi proferida no plenário da Câmara dos Deputados. Em resposta, Zambelli anunciou nesta quinta-feira (28) medidas judiciais, classificando as declarações como um ataque à sua honra e como incitadoras de ódio e violência. “Eu quero entrar com ação de danos morais. O Partido Liberal (PL) vai representá-lo na Comissão de Ética”, declarou a parlamentar à Entrelinhas. A deputada também comentou que irá solicitar que sua escolta de segurança legislativa ocorra em âmbito nacional.
A polêmica começou em uma reunião da Comissão de Meio Ambiente, na quarta-feira (27), quando Valente acusou Zambelli de ser “ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por usar uma arma para matar uma pessoa na rua”. A parlamentar rebateu, chamando as declarações de “mentirosas e machistas”. No dia seguinte, o deputado intensificou as críticas, na tribuna: “Ela ataca a democracia, defende a ditadura. É uma golpista costumaz que precisa ser retirada de circulação”.
Valente citou, nessas declarações, um episódio de 2022 em que Zambelli sacou uma arma durante uma confusão nas ruas de São Paulo. “Ela tinha o intuito de matar, tanto é assim que o Supremo Tribunal Federal já a tornou ré”, afirmou, detalhando que ela teria corrido atrás de alguém com “arma em punho” e disparado tiros para o alto.
Em contrapartida, Zambelli destacou o impacto das falas de Valente sobre a militância do Psol, que, segundo ela, teria intensificado ataques de ódio nas redes sociais. “Ao afirmar que preciso ser tirada de circulação, ele atiça sua militância, formada por integrantes que possuem uma galeria de deformidades morais”, declarou. Ela repudia todas as acusações e garante que não há processos no STF que envolvam tentativa de homicídio. “Essas afirmações são absurdas e serão enfrentadas na Justiça”, disse, anunciando ações criminais e cíveis contra Valente por calúnia, injúria e difamação.
A parlamentar também pretende levar o caso à Comissão de Ética, com pedido de suspensão de seis meses para o parlamentar. Deputados da Oposição, como José Medeiros (PL-MT), Gustavo Gayer (PL-GO) e Nelson Barbudo (PL-MS), manifestaram solidariedade a Zambelli.
Conteúdo editado por: Mariana Braga