O ex-assessor do ministro Alexandre de Moares (STF), Eduardo Tagliaferro, manteve contato por videochamada com o jornalista Oswaldo Eustáquio, atualmente exilado na Espanha, após virar alvo de investigação por suposto vazamento de mensagens envolvendo Moraes. Imagens e mensagens inéditas, acessadas pela Gazeta do Povo, mostram que Eustáquio sugeriu formas para Tagliaferro sair do Brasil, enquanto o perito expressava preocupação com o sustento da família.
A conversa ocorreu dias após Moraes abrir inquérito contra seu ex-assessor por vazar supostos relatórios encomendados para censurar críticos nas redes. Em setembro de 2024, a mulher do perito enviou imagens da reunião virtual e o número de Eustáquio no Reino Unido. A defesa de Tagliaferro afirma que ele não pensa, atualmente, em deixar o país.
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE entre 2022 e 2023. A PF encontrou também mensagens em que ele dizia temer ser preso ou morto por Moraes, expressando desejo de “contar tudo de Brasília”.
A Justiça da Espanha recusou o pedido de extradição de Eustáquio por considerar a investigação politicamente motivada, o que levou Moraes a retaliar suspendendo a extradição de um cidadão búlgaro acusado de tráfico, exigindo explicações do embaixador espanhol.
The Economist critica STF e aponta excesso de poder de juízes como ameaça à democracia no Brasil
A revista britânica The Economist afirmou que o excesso de poder do Judiciário, personificado pelo ministro Alexandre de Moraes, representa uma ameaça à democracia brasileira. Em artigo publicado nesta quarta-feira (16), a publicação define Moraes como uma espécie de “superestrela” da Suprema Corte e critica o protagonismo excessivo do STF, destacando sua atuação em temas políticos sensíveis.
A matéria menciona o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe, conduzido por uma turma que inclui ministros ligados ao governo Lula, como Cristiano Zanin e Flávio Dino. A publicação também critica decisões monocráticas e mudanças de rumo da Corte, como o fim da Lava Jato, e aponta riscos de arbitrariedades.
The Economist alerta que a cruzada de Moraes contra discursos antidemocráticos online mira, majoritariamente, a direita, e defende que o Congresso reassuma o controle sobre a regulamentação da liberdade de expressão nas redes. Para a revista, é preciso moderação e freios ao poder judicial para preservar as liberdades e o equilíbrio democrático.
STF nega acesso a geolocalização e defesa de Filipe Martins questiona fraude em registro migratório
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa de Filipe Martins para acessar dados de geolocalização relacionados ao ex-assessor de Jair Bolsonaro no caso sobre uma tentativa de golpe de Estado. A defesa alegou que não está tendo acesso a todos os elementos de prova e que há um "document dump" nos autos do processo. Além disso, a defesa questiona uma possível fraude no registro migratório de Martins nos Estados Unidos, relacionado à sua prisão no Brasil em 2024, o que motivou uma ação judicial para apurar o erro nos dados de imigração, com a primeira sessão ocorrendo em 9 de maio de 2024.
Gleisi Hoffmann critica apoio à anistia para presos do 8 de janeiro
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou o projeto de anistia para presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, considerando um “absurdo” o apoio de deputados da base do governo Lula ao requerimento de urgência aprovado na Câmara. Gleisi reafirmou sua posição contra a anistia e esclareceu que a redução de penas é competência do Judiciário, não do Congresso.
Braga Netto recebe visita de Sóstenes
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), visitou o general Braga Netto, preso no Comando da 1ª Divisão de Exército no Rio. Réu no STF por suposta participação em tentativa de golpe de Estado, Braga Netto negou envolvimento no caso e elogiou o projeto de anistia aos presos de 8 de janeiro. Sóstenes relatou que o general está bem e que oraram juntos durante o encontro.
Defesa contesta decisão de Moraes e denuncia abandono de idosa presa no 8/1
A defesa de Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou uma nova avaliação médica da custodiada no Presídio Feminino do Distrito Federal (Colmeia). Presa por participação nos atos do 8 de Janeiro, Adalgiza foi diagnosticada com depressão grave e pensamentos suicidas.
Segundo seus advogados, ela estaria sendo negligenciada pelo sistema de saúde do próprio presídio, sem receber tratamento psicológico ou psiquiátrico adequado desde o fim de 2024. Também não teria sido submetida a exames cardiológicos necessários, sendo apenas sedada com altas doses de medicação. A defesa cobra que o novo laudo reflita com fidelidade seu "crítico estado de saúde", sem “acobertamentos ou omissões”.
Peru diz que foi "obrigado" a aceitar asilo dado pelo Brasil à ex-primeira-dama
O governo do Peru afirmou que foi legalmente obrigado a aceitar o asilo concedido pelo Brasil à ex-primeira-dama Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. Segundo o chanceler peruano, a decisão segue a Convenção sobre Asilo Diplomático e a Constituição do país. O Brasil teria informado previamente a embaixada sobre a sentença e, mesmo assim, concedeu o asilo, considerando ter o direito de qualificar a natureza do delito.
Salles cogita disputar governo de SP em 2026
O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (NOVO-SP) é o convidado do programa Entrelinhas desta quinta-feira (17). Na entrevista, ele comenta a possibilidade de disputar o governo de São Paulo caso Tarcísio de Freitas entre na corrida presidencial em 2026. Salles também fará uma análise do cenário político atual e dos bastidores de Brasília.
Itália limita cidadania a netos e filhos: entenda o que muda
O governo da Itália implementou novas regras que restringem a concessão de cidadania por descendência (jus sanguinis). A partir de 28 de março de 2025, apenas filhos e netos de italianos nascidos na Itália terão direito automático à cidadania. Bisnetos e gerações posteriores só poderão obtê-la caso cumpram requisitos adicionais, como residência na Itália por, no mínimo, um ano, além de comprovação de proficiência no idioma italiano em nível B1.
Outra mudança importante é a exigência de que os solicitantes mantenham um vínculo ativo com a Itália, exercendo direitos e deveres como cidadãos pelo menos uma vez a cada 25 anos. Os processos de solicitação também foram alterados: agora devem ser encaminhados diretamente ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, em Roma, e não mais aos consulados.
As novas regras têm como objetivo conter o aumento no número de pedidos e combater a "comercialização" do passaporte italiano, especialmente na América do Sul. Elas entram em vigor inicialmente por um período de 60 dias, durante o qual o parlamento italiano decidirá se manterá ou modificará o decreto.
Para falar sobre o tema, o programa Entrelinhas recebe como convidada a ex-deputada do Parlamento Italiano, Renata Bueno.
Apresentado por Mariana Braga e Frederico Junkler, o programa Entrelinhas vai ao ar às 15h no canal do Youtube, da Gazeta do Povo. Hoje, conta com os comentários de Desirée Peñalba, que traz informações diretamente de Brasília.
