Lula determinou que o Itamaraty reaja com firmeza às ameaças do governo Trump de aplicar sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. A orientação é de uma resposta diplomática direta, sem manifestações públicas, embora o ministro da AGU, Jorge Messias, tenha se pronunciado nas redes sociais defendendo a independência do Judiciário brasileiro. A possível sanção a Moraes seria baseada na Lei Global Magnitsky, que permite aos EUA punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos, incluindo restrições de entrada no país e bloqueio de bens. A medida foi considerada após declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que indicou uma "grande possibilidade" de sanções contra Moraes, acusado por parlamentares republicanos de censura e perseguição política no Brasil.
Dilma é declarada anistiada política e receberá R$ 100 mil do governo
A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu por unanimidade a ex-presidente Dilma Rousseff como anistiada política, aprovando uma indenização de R$ 100 mil. O pedido, protocolado em 2002, havia sido negado em 2022 durante o governo Bolsonaro. Dilma relatou perseguições sofridas durante a ditadura militar, incluindo tortura e interrupção de sua carreira acadêmica e profissional. Além dessa indenização, ela já recebeu compensações de estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando R$ 72 mil, os quais destina a institutos sociais.
Escritório de filho de Lewandowski recebeu R$ 600 mil de entidade investigada na fraude do INSS
O filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o advogado Enrique Ricardo Lewandowski, está no centro de uma polêmica ligada à fraude bilionária no INSS. Ele foi contratado por uma das entidades investigadas no esquema, o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), que arrecadou R$ 1,5 milhão em apenas um ano.
O contrato, firmado em dezembro de 2024, previa pagamentos mensais de R$ 50 mil, totalizando R$ 600 mil, para que o escritório de Enrique atuasse administrativamente junto a órgãos como INSS, CGU, TCU e Senacon — esta última diretamente vinculada ao Ministério da Justiça, comandado por seu próprio pai.
O Cebap está na mira da Polícia Federal por participar de um esquema que teria desviado mais de R$ 6,3 bilhões dos benefícios de aposentados e pensionistas, por meio de cobranças indevidas de mensalidades associativas, feitas sem autorização dos segurados. O ministro Ricardo Lewandowski reagiu afirmando que não há qualquer irregularidade na atuação do filho e garantiu que irá até as "últimas consequências" para prender todos os envolvidos no esquema de fraudes.
Espera no INSS explode: 2,68 milhões de pedidos e rombo bilionário à vista
A fila de espera para análise de benefícios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quase dobrou em um ano, atingindo 2,68 milhões de requerimentos em abril de 2025, um aumento de mais de 90% em relação ao mesmo período de 2024. Esse crescimento pode gerar um impacto de R$ 16 bilhões no orçamento previsto para 2025, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI). A greve dos médicos peritos entre agosto de 2024 e abril de 2025 é apontada como uma das causas do aumento da fila. Com o fim da greve e a retomada do programa de bônus para servidores, espera-se uma aceleração na concessão de benefícios, o que pode elevar ainda mais as despesas do INSS.
A culpa agora é do Temer
O Instituto Lula divulgou uma nota oficial atribuindo o início das fraudes no INSS ao governo do ex-presidente Michel Temer, que assumiu a presidência em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff. Segundo a nota, as "facilidades" criadas por Temer, incluindo uma transformação digital iniciada em 2017 sem o devido aperfeiçoamento dos controles internos, teriam permitido o surgimento das irregularidades. O presidente Lula também afirmou que a quadrilha responsável pelas fraudes foi criada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, e que seu governo está empenhado em desmantelar o esquema e responsabilizar os envolvidos.
Oposição celebra possível sanção dos EUA contra Moraes
Parlamentares brasileiros reagiram positivamente à declaração do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a possibilidade de sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Durante uma audiência no Congresso americano, Rubio afirmou que há uma "grande possibilidade" de que o governo dos EUA aplique sanções ao ministro com base na Lei Global Magnitsky, devido a alegadas violações de direitos humanos e ataques à liberdade de expressão no Brasil. O deputado republicano Cory Mills destacou a "iminente prisão politicamente motivada" do ex-presidente Jair Bolsonaro e a repressão que afetaria até cidadãos em solo americano. Parlamentares da oposição, como Marcel van Hattem (Novo-RS), elogiaram a intervenção, considerando-a um reconhecimento internacional das alegadas perseguições políticas no Brasil. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também comemorou a manifestação, reforçando a articulação internacional contra o ministro.
Ex-comandantes contradizem-se sobre tentativa de golpe de Bolsonaro
Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica apresentam versões conflitantes sobre uma reunião ocorrida em novembro de 2022, na qual discutiram ações para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O brigadeiro Carlos Baptista Júnior afirmou que o general Antônio Freire Gomes teria dito a Bolsonaro que, se ele insistisse em medidas como decretar estado de defesa ou sítio, teria que prendê-lo. Já Freire Gomes negou ter dado essa voz de prisão, mas confirmou que alertou Bolsonaro de que o Exército não apoiaria qualquer interferência no resultado da eleição. Os depoimentos foram prestados ao Supremo Tribunal Federal durante investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
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