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No programa Entrelinhas desta segunda-feira (19), os comentaristas analisaram a narrativa do "golpe de Estado", que envolve os eventos do 8 de Janeiro. De acordo com o advogado Frederico Junkert, apesar de evidências recentes apontarem para o contrário, “a esquerda ideológica, em conluio com o Supremo Tribunal Federal, insiste em acusar a citada manifestação de um atentado à democracia”. O comentarista nomeia esse discurso como "mitologia do golpe".
A disseminação dessa teoria se dá, conforme ele explica, porque tal parcela do espectro político está "carente de causa" e precisa "mobilizar a militância". Junkert exemplifica o caso da agenda "woke" (movimento progressista ligado a pautas a favor de “justiça social”), que gradativamente perde a importância nos Estados Unidos. Ele ainda afirma que os defensores da citada "mitologia" são os mesmos que condenam a ditadura militar brasileira, mas ignoram outras como a de Nicolás Maduro, na Venezuela, e até outras mais recentes, como a dos irmãos Ortega, na Nicarágua.
Figuras históricas contra a narrativa de "golpe"
Junkert descreve os ministros do STF como "ideólogos travestidos de juízes" e cita outros "protagonistas da política no Brasil" que discordam da narrativa de "golpe". Ele cita, por exemplo, Nelson Jobim, ex-ministro da Justiça dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, além do ex-Presidente José Sarney: "Quando a pessoa tem o mínimo de fidelidade à história e aos fatos, como foi o caso de Sarney, ela vê que não houve uma tentativa de golpe de estado".
O Entrelinhas vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 15h, no canal da Gazeta do Povo no YouTube, trazendo os principais temas do cenário político e econômico do país. A apresentação é de Mariana Braga, com comentários de Frederico Junkert, advogado e especialista em direito constitucional.




