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Mais um vexame internacional da primeira-dama. Durante um jantar oficial com o presidente chinês Xi Jinping, Janja surpreendeu a comitiva brasileira ao pedir a palavra para criticar o TikTok, alegando que a rede social favorece conteúdos da extrema direita no Brasil. O gesto causou constrangimento entre os presentes, já que o encontro não previa discursos e o tema destoava completamente da pauta diplomática. A primeira-dama da China também teria se irritado com a abordagem inesperada.
O episódio ganhou ainda mais repercussão quando foi parar na imprensa, o que provocou a irritação de Lula. O presidente se incomodou com o vazamento e repreendeu seus próprios ministros por compartilharem informações de um jantar que, segundo ele, deveria ser confidencial. Tentando minimizar o desgaste, Lula atribuiu a si a iniciativa de levantar a pauta digital e reforçou que Janja apenas complementou com um comentário. Em seguida, saiu em defesa da esposa, exaltando seu conhecimento sobre o tema e criticando a repercussão negativa da fala dela.
Como cereja do bolo, Lula demonstrou simpatia pela regulação chinesa das redes sociais e chegou a pedir que Xi Jinping envie ao Brasil um representante para discutir o controle das plataformas digitais, especialmente o TikTok. Ao fim, entre protocolos diplomáticos ignorados, falas atravessadas e elogios à censura made in China, o que era para ser um jantar de cortesia virou um episódio embaraçoso em uma viagem que, até então, rendia bons frutos comerciais ao Brasil.
Defesa de Bolsonaro pede cancelamento de oitivas por falta de acesso a provas
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o cancelamento das oitivas das testemunhas marcadas para começar na próxima semana no processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo os advogados, a defesa não teve acesso em tempo hábil a provas recentemente incluídas no processo, o que comprometeria o direito ao contraditório e à ampla defesa. O pedido também busca ampliar o prazo para analisar os documentos, complementar diligências e formular perguntas adequadas às testemunhas. Estão entre as testemunhas arroladas por Bolsonaro os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ibaneis Rocha (DF). As testemunhas da acusação, indicadas pela PGR, já foram ouvidas.
Processo de Ramagem vira novo embate entre Câmara e STF
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acionou o STF com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para tentar manter a decisão da Casa que suspendeu o processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento em tentativa de golpe de Estado. Motta argumenta que a votação de 315 deputados deve ser respeitada e pretende levar o caso ao plenário do STF.
A Câmara alega que a decisão da Primeira Turma do STF, que manteve parte da ação penal contra Ramagem, fere o princípio da separação de Poderes. Para os deputados, o Judiciário interferiu indevidamente na prerrogativa do Legislativo de suspender processos contra seus membros. A Primeira Turma havia restringido os efeitos da resolução da Câmara, mantendo as acusações mais graves — como tentativa de golpe e organização criminosa armada — e suspendendo apenas as relacionadas a danos materiais durante os atos de 8 de janeiro.
STF rejeita ação contra dados do CNJ sobre violência contra pessoas trans
A Associação Matria entrou com uma ação no STF pedindo que o CNJ removesse de seus canais oficiais dados sobre violência contra pessoas trans, como os de que o Brasil seria o país que mais mata pessoas trans e de que a expectativa de vida desse grupo seria de 35 anos. A associação alegou que esses dados não possuem base metodológica confiável e violariam os princípios da publicidade, legalidade e moralidade da administração pública. O ministro Dias Toffoli extinguiu a ação sem analisar o mérito, alegando que a publicação dos dados não é competência do CNJ e que a associação estaria promovendo um ataque injustificado a um grupo vulnerável. A Matria afirma que recorrerá da decisão. Antes da ação, a associação já havia solicitado extrajudicialmente a retirada das postagens. O CNJ se recusou, alegando autonomia da comunicação institucional. A Matria também apontou erros metodológicos nas estatísticas das ONGs Antra e TGEU, usadas como fonte das informações.
Barroso diz que apoio dos EUA foi decisivo para evitar “golpe” no Brasil
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que os Estados Unidos tiveram um papel decisivo para impedir a adesão dos militares brasileiros a uma tentativa de golpe que manteria Jair Bolsonaro no poder. Segundo Barroso, quando era presidente do TSE, solicitou apoio público dos EUA à democracia brasileira, destacando que os militares não gostariam de se indispor com os americanos, de quem recebem formação e equipamentos. Barroso também rebateu críticas sobre o STF "se meter em tudo", explicando que a Constituição brasileira trata de muitos temas — diferente da americana — o que leva diversos assuntos ao Supremo.
Com pouca força no Congresso, PSOL usa STF para influenciar decisões legislativas
Com pouca representatividade no Congresso, o PSOL tem recorrido ao STF para tentar influenciar decisões que normalmente caberiam ao Legislativo. O partido já ajuizou mais de 50 ações na Corte, incluindo a mais recente, que contesta a decisão da Câmara de suspender o processo contra o deputado Alexandre Ramagem, réu por suposta tentativa de golpe em 2022.
Essas ações têm permitido que o Supremo delibere sobre temas legislativos, muitas vezes em sintonia com o governo e sem respaldo da maioria parlamentar. O PSOL também atua em causas ambientais e sociais no STF, mesmo sem força política para pautá-las no Congresso. Especialistas apontam que o partido faz uso do Judiciário como via alternativa após derrotas legislativas, e criticam o STF por adotar uma postura politizada e alinhada a um partido com pouca representatividade.
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