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Entrevistas exclusivas com protagonistas da política brasileira. Debates profundos sobre os principais assuntos da atualidade.

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Temer quer “terceira via reformulada” contra Lula

Michel Temer voltou ao centro das articulações políticas e já ensaia um movimento nos bastidores para isolar Jair Bolsonaro da disputa presidencial de 2026. Em entrevista para a TV Band, o ex-presidente deixou claro que aposta na união de governadores de centro-direita para formar uma candidatura única contra Lula, o que, na prática, representa uma tentativa de tirar Bolsonaro do jogo. Governadores como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Jr, Eduardo Leite e Ronaldo Caiado estão no radar dessa costura política. Todos orbitam o campo mais à direita do espectro político, muitos deles ligados ao bolsonarismo, mas Temer trabalha para capturá-los em um projeto que exclua o ex-presidente e agrade o establishment. Temer alega que a multiplicação de candidaturas do mesmo campo político pode favorecer Lula, e por isso defende uma frente unificada com um nome de consenso. Apesar de rejeitar os rótulos de esquerda e direita, sua fala e seus movimentos apontam para a velha política tentando retomar o controle do processo eleitoral. Ao defender menos candidaturas e programas “objetivos”, Temer sinaliza claramente contra a popularidade espontânea de Bolsonaro, que já mostrou ter força eleitoral mesmo sem o apoio das cúpulas partidárias.

Essa tentativa de construção de uma chamada “terceira via” reformulada, agora com rosto de governadores, parece mais uma jogada para preservar os interesses de quem sempre esteve confortável no poder. O discurso moderado, que ignora os reais embates ideológicos, na prática se alinha ao esforço de barrar a direita popular e consolidar uma candidatura que agrade às elites e neutralize qualquer nome com forte apelo às massas — como Bolsonaro.

Mães do 8/1 seguem presas: Moraes ignorou apelo humanitário no Dia das Mães

O Instituto Grito de Liberdade (IGL) protocolou um apelo ao ministro Alexandre de Moraes pedindo a conversão da prisão preventiva em domiciliar para mulheres presas por participação nos atos de 8 de janeiro que possuem filhos menores de 12 anos. A solicitação, baseada no artigo 318 do Código de Processo Penal, destaca o impacto emocional e psicológico da separação entre mães e filhos em plena semana do Dia das Mães. O IGL acusa o sistema de punir não apenas as mulheres, mas também suas crianças, arrancadas do convívio familiar.

O pedido foi feito em nome de 10 mulheres e, segundo a presidente do IGL, a advogada Taniéli Telles de Camargo, Moraes ao menos anexou o documento aos processos, mas até agora não houve decisão. O caso reforça as críticas à rigidez do STF e à condução dos julgamentos dos envolvidos no 8 de janeiro, que vêm sendo acusados por juristas e defensores de direitos humanos de excesso e perseguição política.

Governo Lula tenta barrar CPMI e blindar escândalo do INSS

O governo Lula tenta evitar a todo custo que a fraude no INSS ganhe os holofotes do Congresso. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), descartou a criação de uma CPMI para investigar os desvios, chamando a proposta de “factoide”. A posição evidencia a tentativa do Planalto de blindar o escândalo e impedir que a oposição transforme o caso em uma investigação mais ampla. Enquanto isso, o presidente Lula, que está no exterior, disse “não ter pressa” nas apurações, preferindo jogar a culpa no governo anterior. Com mais de 9 milhões de aposentados e pensionistas prejudicados por descontos indevidos, o caso pode ter envolvimento do crime organizado, segundo a própria Polícia Federal.

A oposição, por sua vez, tenta reunir mais assinaturas para protocolar a CPMI e fazer valer o direito à investigação transparente. O governo, no entanto, age nos bastidores para barrar o avanço da proposta, com apoio da ministra Gleisi Hoffmann.

Funcionária revela como o “Careca do INSS” usava SAC para comandar fraude

O escândalo bilionário do INSS mostra como aposentados foram vítimas de um esquema criminoso de descontos fraudulentos aplicados diretamente nos benefícios da Previdência. O esquema, que movimentou R$ 6,3 bilhões, utilizava call centers operados por aliados do “Careca do INSS”, lobista com ligações suspeitas com ex-diretores do próprio instituto.

Uma ex-telefonista revelou que os atendentes eram instruídos a enganar os aposentados, dizendo que os descontos foram autorizados por telefone, WhatsApp ou até por familiares — quando, na verdade, os próprios funcionários desconheciam a fraude que operavam.

Esses call centers, como a Truetrust Call Center, eram verdadeiros SACs do estelionato estatal, funcionando como fachada para dar aparência de legalidade ao esquema de corrupção. Segundo a denúncia, os reembolsos prometidos às vítimas pararam de ser feitos desde novembro de 2024, enquanto os golpistas continuavam lucrando. O “Careca do INSS” e seus aliados usaram o dinheiro roubado para pagar propinas, bancar advogados de parentes de dirigentes do INSS e comprar imóveis. Mesmo com provas robustas, entidades como a Abrasprev e a Abapen escaparam de bloqueios da AGU — levantando questionamentos sobre a seletividade nas ações do governo e o verdadeiro interesse em proteger os aposentados. As informações são do Metrópoles.

Deputado protocola pedido de impeachment de Lula

O deputado Evair Vieira de Melo (PP), da oposição, protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Lula, acusando-o de omissão diante de um escândalo bilionário envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), presidido por seu irmão, José Ferreira da Silva, o Frei Chico. O sindicato está no centro das investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, que apontam descontos ilegais em aposentadorias e pensões, configurando um esquema de associação compulsória e venda casada de serviços financeiros.

Auditoria do TCU revela que o Sindnapi teve um salto suspeito de faturamento, de R$ 100 milhões entre 2021 e 2023, período em que o número de filiados mais que dobrou, atingindo 420 mil, muitos deles sem consentimento formal. Frei Chico ocupa cargo de vice-presidente na entidade, o que, segundo o pedido, compromete a integridade e imparcialidade do presidente da República.

O documento pede não só o impeachment, mas o afastamento imediato de Lula e a suspensão de seus direitos políticos por oito anos, alegando improbidade e conflito de interesses. O caso já está com a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Sóstenes acusa STF de “ditadura de toga” e exige reação contra poder concentrado do STF

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou duramente o STF e especialmente o ministro Alexandre de Moraes por, segundo ele, concentrarem poder e ignorarem a soberania do Parlamento. A Primeira Turma da Corte derrubou a decisão da Câmara que havia suspendido a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de suposta tentativa de golpe, o que gerou revolta entre os parlamentares.

Sóstenes acusou Moraes de agir acima da Constituição, ignorando a independência dos Poderes. “Ditadura de toga não”, escreveu nas redes, exigindo uma reação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O deputado ainda afirmou que Moraes é relator da maioria dos processos contra políticos de direita, indicando perseguição seletiva.

A decisão do STF foi classificada como mais um capítulo de um padrão de interferência do Judiciário, que já teria sido visto em episódios como a proibição da nomeação de Ramagem por Bolsonaro em 2020 e a abertura do inquérito das fake news. Sóstenes alertou que a democracia está sendo substituída por decisões pessoais e que o povo brasileiro não pode aceitar ser governado por “11 ministros sem voto”.

O ministro Flávio Dino respondeu às críticas dizendo que a decisão da Câmara não é final e que o Judiciário tem o dever de controle. Para ele, permitir que o Congresso tenha a palavra final sobre ações penais seria “típico de tiranias”.

Acompanhe as principais notícias do cenário político no programa Entrelinha de segunda a sexta, às 15h, no canal do Youtube da Gazeta do Povo e fique por dentro!

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