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Foto: Reprodução/TV Globo
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A Anistia Internacional diz, em seu website brasileiro, que “é um movimento global que realiza ações e campanhas para que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e protegidos”. Diz também que “o compromisso da Anistia Internacional é com a justiça, a igualdade e a liberdade” e que “a organização é independente de qualquer governo, ideologia política, interesse econômico ou religião.“ Será?

No último domingo, na cidade de São Paulo, houve um embate entre forças policiais e uma quadrilha fortemente armada que aterrorizava os moradores do bairro Morumbi havia meses. Os criminosos usavam coletes à prova de balas, portavam fuzis de assalto e se locomoviam em carros blindados. A polícia, mesmo com armamento inferior, conseguiu encurralar os bandidos e passou a trocar tiros. É possível ouvir o tiroteio inteiro em alguns vídeos gravados por moradores da região, onde fica fácil identificar os disparos de fuzil por parte dos assaltantes e os tiros de resposta da polícia. Parecem gravações de uma zona de guerra. No fim da operação, o saldo foi de dez criminosos mortos, quatro fuzis apreendidos, uma viatura policial completamente destruída e moradores nas ruas cumprimentando e agradecendo aos agentes da lei. É claro que não faltaram críticas à ação da polícia, incluindo a da Anistia Internacional, que pediu uma investigação exaustiva sobre o episódio e declarou que “não podemos aceitar naturalmente uma ação policial com dez mortos”. O governador Geraldo Alckmin, num raro acerto tucano, defendeu os policiais dizendo que “quem está de fuzil não está querendo conversar”.

Eu gostaria muito que a Anistia Internacional respondesse às seguintes perguntas:

Por que vocês não protestaram, em 2003, quando Champinha e seus quatro comparsas sequestraram o casal Liana e Felipe, assassinaram o garoto com um tiro na nuca e estupraram a menina em rodízio e quase ininterruptamente durante três dias, para depois matá-la? Onde está a declaração de repúdio da Anistia Internacional a esse crime absurdamente cruel? Quantos dias mais a garota Liana teria de ser estuprada, violentada e torturada para que vocês se dignassem a escrever uma linha sequer em condenação a essa barbárie?

Por que vocês não protestaram quando assaltantes levaram o carro de Rosa Cristina Fernandes, em 2007, arrastando seu filho, João Hélio, do lado de fora do veículo por sete quilômetros, despedaçando seu corpo pelas ruas do Rio de Janeiro e chamando-o de “um mero boneco de Judas”? Não há nem um registro sequer da preocupação de vocês com um garotinho de 6 anos que foi morto e dilacerado num dos episódios mais hediondos da história criminal brasileira. A morte de João Hélio não é inaceitável para vocês? Quantos meninos inocentes e indefesos precisariam morrer para que vocês se manifestassem como fizeram a favor de dez criminosos fortemente armados?

Por que vocês não protestaram, em 2013, quando uma quadrilha de assaltantes ateou fogo à dentista Cynthia Moutinho de Souza e a deixou queimar viva só porque ela não tinha mais do que R$ 30 em sua conta corrente? Onde foi parar o pedido de investigação exaustiva desse crime que chocou o ABC paulista e o Brasil? Procurei a reação indignada de vocês, mas não encontrei nada. Quantos reais a pobre dentista precisaria ter em conta para que vocês considerassem esse crime algo brutal e hediondo e resolvessem mexer os seus traseiros para lutar por alguma justiça?

A Anistia Internacional mente, e mente muito. A Anistia Internacional não quer que direitos humanos sejam respeitados e protegidos; quer apenas que os criminosos sejam poupados das consequências de seus atos nefastos. A Anistia Internacional não tem compromisso nenhum com a justiça, nem com a igualdade, e muito menos com a liberdade. A Anistia Internacional não só é dependente da uma ideologia política, a esquerda que defende bandidos e condena policiais; ela é a institucionalização do pensamento tacanho e egoísta de gente que se senta em suas varandas gourmet para degustar vinhos e queijos importados enquanto idealiza campanhas e protestos em favor dessas “vítimas da sociedade” que nós conhecemos como bandidos. A Anistia Internacional debocha dos brasileiros respeitadores da lei; é uma piada de mau gosto nesse grande circo de horrores que é o Brasil.

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