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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em evento do Partido Republicano no Texas, em janeiro de 2022.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em evento do Partido Republicano no Texas, em janeiro de 2022.| Foto: Michael Wyke/EFE

Em 2024, quando o Partido Republicano iniciar seu processo de escolha do candidato à presidência dos Estados Unidos, um fator terá importância crucial no resultado: a influência política de cada pré-candidato. Donald Trump sabe como ninguém que a maneira mais visível de se atestar essa influência são os resultados das primárias deste ano, bem como das midterms, em especial nas disputas em que não há um favorito claro.

Por causa disso, ele tem investido dinheiro e declarado apoio a um grupo de candidatos alinhados com sua candidatura de 2024. Mas há algo mais. Há um aspecto vingativo em algumas das disputas, em que Trump pretende derrotar com requintes de humilhação alguns políticos que se alinharam com os democratas nas votações de impeachment, durante seu governo.

Em Ohio, as primárias aconteceram no último dia 3 de maio. Os resultados apontam para o fortalecimento do ex-presidente. Para a disputa do Senado federal, o escritor J.D. Vance estava empacado na terceira colocação, em todas as pesquisas, até o meio de abril. Bastou que Trump lhe declarasse apoio para que começasse a crescer na reta final, conquistando a vitória com 32,2% dos votos, quase dez pontos à frente do segundo colocado, Josh Mandel. Matt Dolan, criticado publicamente por Trump, terminou em terceiro lugar. Para a disputa da Secretaria de Estado, o atual secretário – Frank LaRose, que busca a reeleição – recebeu o apoio explícito de Trump dez dias antes das primárias. O apoio transformou uma leve vantagem em vitória inconteste, com LaRose terminando quase 30 pontos à frente de seu oponente, John Adams.

Donald Trump tem investido dinheiro e declarado apoio a um grupo de candidatos alinhados com sua candidatura de 2024

Para as disputas das cadeiras de Ohio na Câmara de Representantes (o equivalente americano dos nossos deputados federais), os candidatos apoiados pelo ex-presidente também levaram a melhor. Max Miller, que fez parte da equipe de Trump na Casa Branca, amealhou quase 72% dos votos e será o candidato republicano à cadeira do 7.º Distrito. Já no 13.º distrito, Madison Gilbert venceu a disputa com outros cinco candidatos, conquistando a vaga com quase 30% dos votos. Como você já deve imaginar, ela também foi apoiada por Trump.

No dia 10 de maio, Virgínia Ocidental e Nebraska tiveram suas primárias. Alex Mooney deu andamento à sequência de vitórias dos candidatos apoiados por Trump, vencendo David McKinley, que tinha recebido apoio do prestigiado senador Joe Manchin, o mais conservador dos democratas. McKinley, que defenderia seu mandato, está na lista de vingança de Trump. Não somente votou a favor da criação do comitê do 6 de janeiro, mas também foi um dos republicanos a votar com os democratas para a aprovação da lei de infraestrutura de Joe Biden. Já em Nebraska, Trump finalmente se deparou com uma derrota. Seu candidato nas primárias para governador do estado, Charles Herbster, acabou em segundo e perdeu a vaga para o reitor da Universidade de Nebraska, Jim Pillen. Herbster não era um candidato fácil – durante sua campanha, nada menos que oito mulheres o acusaram de ser um predador sexual.

Na Pensilvânia, as primárias ocorrerão no próximo dia 17 de maio, apenas 11 dias depois da aparição de Trump e J.D. Vance em um comício do candidato Mehmet Oz, mais conhecido como Dr. Oz, devido ao programa de televisão que leva seu nome e que está há 13 anos no ar. A candidatura de Oz será um bom teste para o poder influenciador de Trump, dado que o médico está longe de ser unanimidade entre conservadores por muitas de suas posições ideológicas declaradas durante todos os seus anos de show business. Para a disputa ao governo estadual, o apoiado de Trump ainda não está definido. Poderá ser o deputado Doug Mastriano, um dos mais fervorosos apoiadores do ex-presidente em seus esforços para demonstrar que houve fraude eleitoral em 2020; ou o ex-deputado Lou Barletta, apoiador de Trump e crítico ferrenho da política de imigração dos democratas. Mastriano ocupa a primeira colocação nas pesquisas e Barletta está em segundo. Logo atrás vem Bill McSwain, ex-procurador-geral da república e desafeto público do ex-presidente. Embora tenha se pronunciado publicamente contra McSwain, Trump ainda não declarou apoio a nenhum dos dois líderes de pesquisa.

No mesmo dia 17, Carolina do Norte, Idaho, Oregon e Kentucky também realizarão suas primárias. Na semana seguinte serão Alabama, Arkansas, Geórgia e Texas. Depois, em 7 de junho, Califórnia, Iowa, Mississippi, Montana, New Jersey, Novo México e Dakota do Sul. Acompanharemos os resultados de todos esses pleitos e o impacto do apoio de Donald Trump em cada uma das corridas eleitorais onde ele declarar sua preferência. 2024 começa agora.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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