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Academia corporal
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Power training resgata práticas de atividade física de 80 anos focadas no movimento do corpo. Resultado: mais força e calorias perdidas

Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Saltar, agachar, empurrar, puxar e avançar estão entre os movimentos utilizados nas sessões de Power training

Há décadas o principal meio de fortalecer a musculatura é frequentar uma academia de musculação. Mas, apesar de eficientes, as séries de levantamento de pesos podem se tornar enfadonhas com o passar do tempo. O Power training aparece como al­­ternativa tanto para quem quer somente a manutenção do condicionamento físico quanto para quem busca melhor perfor­­mance esportiva, seja com au­­mento da força, da resistência, da velocidade e até na me­­lho­­ra da execução dos treina­­mentos.

A modalidade foi sistematizada a partir de um conjunto de atividades baseadas em movimentos rudimentares do ser humano – saltar, agachar, empurrar, puxar, avançar – combinadas a técnicas de pliometria, que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de ex­­plosão. Na prática, é uma espécie de sessão de musculação ao ar livre em que a carga é o próprio corpo. “As academias são resultado de um paradigma de educação física para o fisiculturismo, que trabalha um músculo por vez. Nossa intenção é focar o movimento, em que cada atividade exige vários grupos musculares simultaneamente”, explica o técnico da V8 Assessoria Esportiva, Vitor Bertoli.

Não se trata exatamente de um novo conjunto de técnicas. É mais o resgate para o público em geral de um treinamento até hoje praticado por atletas de alto rendimento, especialmente no atletismo, e que foi bastante comum nas aulas de Educação Física nas escolas até o início dos anos 1980. “Fazia isso na escola e sempre achava divertido. Quando resolvi fazer o Power training, vi que já tinha a coordenação motora necessária para boa parte dos exercícios”, diz a médica cardiologista pediátrica Denise Adamy, 43 anos.

Ela aliou os treinos de corrida aos de Power training para manter-se condicionada, sem riscos de lesão. “E já vi nas primeiras sessões os resultados, toda a musculatura fica dolorida, pelo esforço exigido. Minha postura melhorou, ficou mais fácil correr. Sem contar que já estava cansada das sequências na academia. Ao ar livre, com colegas e em séries rápidas e intensas, sinto-me mais motivada”, avalia.

Vítor Bertoli explica que qualquer pessoa pode praticar o Power training, visto que os ritmos e a carga de intensidade das séries são adaptados para cada pessoa. “São sessões de cerca de meia hora, que podem ser feitas todos os dias, já que as séries não são as mesmas. As progressões são constantes. Nem todo mundo faz barra, mas pode começar com movimentos de empurrar a parede, trabalhando peitoral e músculos dos membros superiores”, explica.

O triatleta Ricardo Brero, 28 anos, começou há duas semanas a praticar o Power training buscando o fortalecimento global. “Todos os triatletas têm mem­­­­­­­­bros inferiores e superiores fortes. Mas sinto que preciso ter mais potência no abdômem e na lateral da coxa. Pelos primeiros treinos, vejo que o Power training pode me ajudar a fortalecer essas regiões, aumentando minha resistência e desempenho nas provas”, diz.

Burpee

O nome é estranho, o movimento, idem. Mas a eficiência do burpee, nomeado na década de 1930 em homenagem ao fisiologista Royal Burpee, segue como parâmetro do conjunto de movimentos úteis nos treinamentos por combinar atividade de força e aeróbica. Também reúne as ações dos movimentos rudimentares do ser humano, que devem ser aprimorados. É executado em quatro etapas: inicia-se em pé, seguido de agachamento; então, apoiam-se as mãos no chão e joga-se os pés juntos para trás, segue-se uma flexão de braços, retorna-se à posição do agachamento e o último passo é saltar com os braços esticados para cima.

Roteiro

O Power training compila em sessões de meia hora exercícios que, combina-dos entre si, aceleram o condicionamento e o ganho de força.

• A atividade pode ser combinada com outras técnicas funcionais, que trabalham a musculatura principal, aliada a áreas secundárias do corpo.

• Pode ser praticada por pessoas de todas as faixas etárias e diferentes níveis de condicionamento.

• Além de força e resistência, trabalha a coordenação motora, resultando em melhor execução dos movimentos em outras atividades físicas e esportivas.

• Uma sessão de Power training reúne séries de repetição de movimentos que focam o empurrar, puxar, agachar, avançar e saltar, bases para ações mais complexas, combinadas a corridas.

• Pode-se também incluir exercícios de sustentação da região do core (lombar e abdômem) para fortalecimento, como os feitos no pilates. Outras técnicas também podem compor as séries.

• Além da carga do próprio corpo, a técnica utiliza barras e a medicine Ball (uma bola, em geral de borracha ou PVC, com peso a partir de 1 kg), paredes e elásticos, que servirão como cargas.

Fonte: Vítor Bertoli, técnico da V8 Assessoria Esportiva.

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