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Aula de futebol
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Metodologia de treinamento, com técnicas usadas nos gramados, se torna opção para fortalecimento muscular e queima calórica intensa

Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Prática criada pelo ex-jogador Raí, há dois anos, utiliza os fundamentos do futebol, em uma sala repleta de espelhos, para garantir o condicionamento físico e a queima de calorias aos participantes.

Toque de bola, passe, cabeceio. Os fundamentos do futebol mi­­graram dos gramados para as sa­­las das academias. Em vez de gols, a intenção é melhora do preparo físico, com fortalecimento muscular, aumento da re­­sistência e alto gasto calórico.

VÍDEO: Veja como funciona uma aula de Raí Training

A ideia surgiu há dois anos com o ex-atacante Raí e virou mais uma opção de treinamento físico. O nome do ex-camisa 10 do São Paulo e da seleção brasilei­ra é o principal atrativo para quem experimenta a aula, batizada de Raí Training.

A metodologia foi desenvolvida pelo preparador físico Carl­­i­­nhos Neves, atualmente na seleção brasileira e Atlético-MG. “Meu apartamento é vizinho do es­­critório do Raí. E isso facilitou com que ele entrasse em contato comigo e me contasse sua vontade de criar um treino para as academias. Já ao final da conversa, eu sabia o que queria fazer”, conta o curitibano.

As aulas do Raí Training re­­pro­­duzem diante dos espelhos as séries de exercícios que os jo­­ga­­do­­res de futebol fazem no gramado para aperfeiçoar a técnica.

“Quem não tem tanta habili­da­de vai se interessar porque a aula também foca a melhora da coordenação motora e da percep­ção espacial com o uso da bola. Quem já tem certa intimidade com a bola vai se sentir desafiado pelo aumento do nível de dificul­dade dos fundamentos”, explica o professor da Aca­­demia Cia. Athletica, em Curi­­tiba, David Pizato.

Uma aula dura entre 45 e 50 minutos, o suficiente para o aque­­cimento, atividades anaeróbias, aeróbias e um desaquecimento recreativo. “É bem di­­vertido. Dá para cansar também”, diz a estudante de moda Nicole Anacleto Ba­­dotti, de 19 anos.

Depois do aquecimento, são fei­­tas as atividades para desen­vol­vimento de força, especial­men­te dos membros inferiores, mas que também refletem no for­­talecimento do abdômen. Em seguida, é hora de acelerar, com os circuitos de corrida e saltos.

A cada sessão, um fundamen­­to do futebol é privilegiado, co­­mo o passe e o cabeceio. Para en­­­­cerrar, um joguinho, co­­mo a roda de bobinho, em que quem está no centro tem de ten­­tar roubar a bola dos demais participan­tes.

“É bacana poder dividir essa experiência que adquiri para ge­­ral algo que promova a saúde. Pen­­samos em formatar algo que abrangesse todo o necessário pa­­ra promover o bem-estar. Acho que a aula ficou bem com­­ple­­ti­­nha”, diz Neves.

Além da bola, cinturões elásticos, cordas, cones e minigols contribuem para aumentar o ní­­vel de dificuldade dos exercícios.

Mas o principal componente para a dinâmica da aula é algo também essencial no campo: o jogo em equipe.

O trabalho conjunto permite a interação entre os alunos, que alternam funções e, enquanto uns fazem determinado exercício, outros o auxiliam enquanto descansam e se preparam para a próxima atividade.

“Sempre gostei de jogar futebol e gostei bastante de ex­­pe­­ri­­men­tar o Raí Training. Para quem já brinca com a bola, é ótimo para aperfeiçoar os fundamentos”, fala o administrador de empresas Wander Men­­des, 48 anos.

Força

Henry Milléo/ Gazeta do Povo

O cinturão elástico exige esforço dobrado na aceleração, pois se tem de vencer a força de resistência no sentido contrário das passadas. Quem acelera e quem sustenta a outra ponta do elástico tem de manter a postura ereta e o abdômen contraído, trabalhando secundariamente a musculatura dessa região. Os grupos musculares mais requisitados são os do quadríceps, glúteos e panturrilhas.

Coordenação

Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Ainda com o cinturão, passa-se ao treinamento de um fundamento do futebol, como o cabeceio e o passe, em velocidade. Além do aumento da frequência cardíaca – essencial para trabalhar resistência física e queima calórica –, as repetições vão exigir concentração e coordenação motora: todos os movimentos são feitos alternando direita e esquerda, durante um tempo determinado.

Velocidade

Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Com o uso de bola, arcos, redes e cordas, recorre-se às atividades metabólicas, que exigem velocidade e agilidade. O foco principal desse momento do treino é o aumento da frequência cardíaca, com os participantes em constante movimento, em que alternam saltos e corridas, no sistema de circuito. A recuperação entre uma série e outra é no tempo de espera na fila para repetir a sequência.

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Entrevista
Raí, ex-jogador

Como surgiu a ideia de desenvolver um sistema de treino para academia baseado no futebol?

Depois que eu parei de jogar, formamos a empresa Raí+Velasco e começamos a desenvolver esse projeto. Eu conhecia o Carlinhos (Neves), o melhor o preparador do país. Ele já era o meu amigo e veio para ajudar a desenvolver o lado técnico desse sistema com o treinamento físico do futebol, dentro da academia.

Qual a grande vantagem do método?

É a variedade de exercícios. Por não ser monótono, garante a motivação da pessoa por mais tempo. Tem a parte aeróbica, alongamento e o momento lúdico com a bola… É um treino que, além de trabalhar o aspecto físico, a perda de calorias, faz a pessoa ter mais disposição.

Quando você era atleta, gostava desses treinos físicos?

No meu tempo, era quase todos os dias, por duas horas. Nós adaptamos séries menores e muitas variações em 45 minutos. Teria gostado mais se fosse assim quando eu jogava (risos).

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