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Estica e puxa
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Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Na velocidade que aumenta o número dos corredores de rua, uma série de novas terapias e treinamentos complementares surge como alternativa no tratamento de lesões.

A promessa, entre outras be­­nesses, é de me­­lhorar o rendimento nas pistas. Algumas delas pairavam no universo fitness há bom tempo – como a ioga –, mas não tinham tantos adeptos. Com a popularização das passadas rá­­pidas, na dé­­­ca­­da de 1990, o número de le­­sionados cresceu.

Atualmente, den­­­tro de academias, estúdios de pilates, por exemplo, são comuns – e quase obrigatórios. Locais, muitas vezes, frequentados por corredores de rua com dores aqui e ali…

“Passei a sentir mais segurança nas passadas. Consegui corrigir minha pisada e aprendi a soltar mais o corpo. Sentia os ombros pesados. Isso atrapalhava o meu rendimento, sofria com as dores após os treinos”, lembra o professor de educação física Paulo Pinna Neto, adepto e defensor do pilates.

A técnica criada pelo alemão Joseph Pilates, durante a Pri­meira Guerra Mundial (1914-1918), se popularizou recentemente. Em todo o planeta, estima-se que 10 mi­­lhões de pessoas pratiquem. No Brasil não há dados exatos, mas o aumento de salas específicas comprova a crescente adesão.

A técnica promete me­­lhorar agilidade, resistência, for­ça muscular e mobilidade. Esse combo ajudaria, em tese, a prevenir lesões. O trabalho de recuperação parte do conceito do “centro de força”. Este define que músculos da coluna vertebral, quadril, coxas e ab­­dome fazem parte da região de equilíbrio do corpo humano.

O coordenador do departamento médico do Atlético, Edíl­­son Thiele, endossa esses benefícios. “Faz o trabalho de alongamento dos membros inferiores, muito exigidos nas corridas, que é um esporte de esforço repetitivo”, cita.

Segundo Thiele, os próprios médicos incluem terapias alternativas no tratamento de lesões por estresse em joelhos e tendões, muito comuns em corredores. “Muitas têm ba­­se científica e trazem benefícios”, reforça.

Uma outra estratégia simpática aos atletas do asfalto, com aceitação em progressão geométrica, chama-se rolfing.

Mesclando ele­­mentos de ioga e pilates, a cientista nor­­­­te-ame­­ricana Ida P. Rolf (1986-1979), PhD em Bio­­quí­­mica pela Universidade de Co­­lumbia, nos Estados Unidos, elaborou exercícios para pessoas que tenham restrições de movimentos. Tam­­bém se aplica para quem pratica artes marciais.

“O rolfista libera as fixações ou restrições existentes entre segmentos corporais, permitindo mais flexibilidade e integração, pois, com o passar do tempo, perdemos a percepção exata da função de cada membro do corpo”, explica a instrutora Maialu Gar­­cia da Luz.

À base de massagens, o exercício ajudou a corredora Rosa Naima­­ra a eliminar dores insistentes na região lombar e nos pés. “Eu ficava travada durante as corridas e nem percebia. Aos poucos, os músculos foram se soltando”, descreve. Ela participou de três maratonas (42,195 km) no período de um ano sem incômodos.

Além da prevenção, o rolfing dá ênfase à coordenação motora. “Tem pessoa que joga mais o peso do corpo para um dos la­­dos. Isso com o tempo pode provocar lesões. O trabalho de reeducação corporal elimina o pro­blema”, conclui Maialu.

Popularização
Estrelas do esporte já aderiram

Além dos cuidados com a parte muscular e postural, a respiração merece atenção especial. Para alcançar aquele fôlego a mais durante as provas, a ioga, prática iniciada na Índia, é das mais requisitadas por atletas profissionais. Carl Lewis (atletismo), Shaquille O´Neal (basquete), Pete Sampras, Venus e Serena Willians (tênis), Ian Thorpe (natação) e Julie Moss (triatlo), incluíram-na em seus programas de treinamento.

“Através das técnicas, invertemos o processo respiratório. A respiração passa a controlar as emoções e, desta forma, assumimos o comando de maneira consciente”, explica André Bueno, instrutor do Método De Rose.

O professor de educação física coordena um grupo de corredores de rua praticantes do método. Ele salienta um dos diferenciais da prática. “Não temos aquecimento. Trabalhamos alongamento a frio, o que confere um ganho real do aumento das fibras musculares, que se traduz em força, saúde e, consequentemente, vida longa aos músculos, nervos e órgãos.”

Conheça mais sobre o rolfing.

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