No fim do Evangelho de Lucas, Jesus conduziu seus discípulos a entender que o Antigo Testamento falava dele: “E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (Lc 24,27). Mais tarde, ele apareceu aos 11 discípulos e disse: “São estas as palavras que eu lhes falei, estando ainda com vocês: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito a respeito de mim na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24,44-45). Em fidelidade às palavras de Jesus, vamos examinar a mais importante profecia sobre os sofrimentos e triunfo do Messias Jesus já feita, que constata “como o caminho de Jesus Cristo tinha sido predito passo a passo”, segundo Bento XVI.
Essa profecia se encontra no livro do profeta Isaías, no Antigo Testamento. O ministério deste profeta judeu foi bastante extenso, e suas profecias foram registradas, como ensina a tradição, entre 740-680 a.C. Isaías foi profeta em Jerusalém, no reino de Judá, na época dos reis Uzias (790-739 a.C.), Jotão (739-731 a.C.), Acaz (731-715 a.C.), e Ezequias (715-686 a.C.). A passagem de Isaías 52,13–53,12, que abordaremos e transcreveremos abaixo, retoma e conclui as mensagens dos trechos anteriores, que abordam a escolha do Servo (42,1-4), a missão do Servo (49,1-6) e a firmeza e obediência do Servo (50,4-9). Aqui, o Servo é descrito aqui como “o braço” de Javé e como “homem de dores”:
“O meu servo procederá com prudência; será exaltado, elevado e muito sublime. Como tantos pasmaram à vista dele! O seu aspecto estava tão desfigurado que nem parecia um homem, e a sua aparência não era dos filhos dos homens! Ele causará temor a muitas nações; por causa dele reis taparão a boca, pois verão o que não lhes havia sido anunciado e entenderão o que não haviam ouvido. Quem creu na nossa pregação? A quem se manifestou o braço do Senhor? Foi crescendo como renovo diante dele, como raiz que sai de uma terra seca; não tinha formosura nem beleza; quando olhávamos para ele, não víamos beleza alguma para que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens; homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, foi desprezado, e não lhe demos nenhuma importância. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou sobre si as nossas dores; e nós o consideramos aflito, ferido por Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas maldades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por seus ferimentos fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair a maldade de todos nós sobre ele. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Foi levado por juízo opressor; e a sua descendência, quem a considerou? Pois ele foi tirado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo. Deram-lhe uma sepultura com os ímpios, e ficou com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca.Contudo, foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer; apesar de ter sido dado como oferta pelo pecado, ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo justo justificará a muitos e levará sobre si as maldades deles. Por isso eu lhe darei uma porção com os grandes, e ele repartirá o despojo com os poderosos; porque derramou a sua vida até a morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores.”
Ainda que o cântico seja dividido em cinco estrofes, o abordaremos em três partes, entremeados com citações da letra do hino de Paul Gerhardt, Oh! Fronte ensanguentada.
A exaltação e rejeição do Servo (52,13–53,3)
A profecia de Isaías começa destacando a exaltação incomparável do Servo (52,13). Javé chama a atenção para ele: “Eis” – aqui está alguém por meio de quem a aliança de Israel será restaurada e por meio de quem a luz virá às nações. O Servo atuará com “prudência”, isto é, com“discernimento” ou “prosperidade”, com sucesso por causa da obediência do Servo a Javé. Esse Servo será “exaltado [...] elevado [...] sublime”. Estas três palavras são usadas juntas quatro vezes em Isaías (5,15; 6,1; 33,10; e 57,15) e descrevem a glória de Deus. Assim, o Servo recebeu a promessa da mais alta majestade e foi equiparado a Javé. Em síntese, o Servo é um personagem divino. Portanto, não pode ser identificado com Isaías, com outro profeta ou mesmo com Israel. O Servo não é somente homem. É Javé também. Portanto, a quem os termos descrevem aqui? O Messias Jesus que viria – e ninguém mais.
Para um mundo cego pelo poder, o Servo não merece nenhuma consideração, pois alguém assim não tem como nos libertar da mais dura de todas as escravidões: o pecado e todas as suas consequências
Depois a profecia de Isaías destaca a desfiguração do Servo e sua vitória universal (52,14-15). O que causa espanto nas nações e nos reis é o fato de o Servo exaltado ser humilhado. Qualquer rei, diante dessa cena, ficaria chocado. Pois o Servo, que é Javé, apresenta a face desfigurada por causa do sofrimento. As pessoas do mundo inteiro acharão chocantes as atrocidades cometidas contra o Servo, visto que jamais ouviram antes que é por meio da perda de todas as coisas que o Servo conquistará todas as coisas.
A profecia também ressalta que as pessoas não acreditaram na mensagem do Servo, julgando-o insignificante, e o desprezaram por seu sofrimento (53,1-3). A expressão “nossa” refere-se ao remanescente fiel de Israel e anuncia o destino do Servo. O “braço do Senhor” designa o poder de Javé, que pode transformar a desonra do Servo em glória. E, assim, a profecia trata da origem humilde do Servo (53,2-3). Em vez de o Servo entrar em cena como um poderoso carvalho ou uma árvore frutífera, surge como um renovo ou “recém-nascido” em meio à sequidão. Ou seja, o Servo é a vida surgindo na “terra seca”, onde reina morte. E o Servo será “um homem de dores”. Ele experimentará sofrimento, choque, perplexidade, desprazer, afastamento. Para um mundo cego pelo poder, o Servo não merece nenhuma consideração, pois alguém assim não tem como nos libertar da mais dura de todas as escravidões: o pecado e todas as suas consequências.
Oh! Fronte ensanguentada
Em tanto opróbrio e dor,
De espinhos coroada
Com ódio e com furor!
Tão gloriosa, outrora,
Tão bela e tão viril,
Tão abatida, agora,
De afronta e escárnio vil.
O Servo castigado injustamente em lugar de outros (53,4-9)
Agora, é o remanescente fiel de Israel que fala, como em 53,1-3. Ou seja, o Servo foi castigado no lugar dessas pessoas.
A profecia de Isaías destaca que o Servo tomou sobre si nossas dores (53,4). A expressão “enfermidades” inclui dor e fraqueza causadas por feridas, abrangendo sofrimentos físicos e mentais. Ele foi “ferido por Deus”, ou seja, não são homens que levam o Servo ao sofrimento, mas o próprio Deus. A profecia destaca que a obra de expiação é obra de Deus, obra exclusiva de Deus. “Carregar” apresenta a morte substitutiva do Servo, ou seja, ele “tomou sobre si [...] levou sobre si”, carregou vicariamente os pecados e sofrimentos do povo. Os sofrimentos do Servo não foram resultado de seus pecados, mas em favor e no lugar dos outros.
A profecia destaca que o Servo tomou sobre si nosso castigo (53,5). Ele: 1. foi “transpassado [...] esmagado” – o que descreve a terrível violência contra o Servo. A morte violenta do Servo sinaliza a seriedade do pecado. Não ocorre somente para suportar as dores do seu povo, mas, principalmente, para proporcionar o perdão dos pecados para o povo. A expressão “transgressões” significa a violação dos limites morais estabelecidos por Deus, e “iniquidades” a perversidade do pecado, que produz culpa. O pecado de Israel é mencionado como a razão pela qual todo este sofrimento caiu sobre o Servo; 2. recebeu as pancadas e golpes que o povo deveria receber; 3. recebeu um castigo violento, que foi, portanto, “o castigo que nos traz a paz”, visto que a dívida do povo foi quitada; 4. concede a “paz” (shalom), que abrange toda a salvação, bênção e felicidade. Esta salvação plena flui do fato de que aqueles cujo castigo o Servo sofreu agora estão livres do castigo e da ira de Deus e, portanto, participam da sua misericórdia e graça, que é a fonte de todas as bênçãos que gozam. 5. E porque Deus aceitou “suas feridas” fomos “sarados”, uma alusão tanto à cura física quanto à espiritual. Nenhum profeta fez isso por Israel; e Israel não fez isso nem por si nem pelo mundo. O Servo não está sofrendo com seu povo – ele está sofrendo por seu povo, conquistando para seu povo, por meio de seu sofrimento, o que não podem conquistar por si mesmos. Algum ser humano pode fazer isso?
A profecia prossegue, enfatizando que o Servo tomou nosso lugar (53,6). A estrofe de 6-9 da profecia reformula a metáfora da ovelha, usada no sacrifício do Templo em Jerusalém, para salientar o contraste entre o Israel pecaminoso e o Servo inocente. Quando comparados a ovelhas, a tendência é dar proeminência ao fato de que nos perdemos: 1. somos pecadores por natureza e 2. pecamos por escolha. Mas quando o Servo é comparado à ovelha, a ênfase está em sua natureza indefesa e submissa, que é a base da comparação. Assim, a profecia destaca que Deus “fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”. Ou seja, a culpa dos pecados do povo foi transferida para o Servo inocente, e ele se ofereceu como sacrifício em lugar do povo pecador. Deus “o fez pecado por nós” (2Cor 5,21).
O Servo não está sofrendo com seu povo – ele está sofrendo por seu povo, conquistando para seu povo, por meio de seu sofrimento, o que não podem conquistar por si mesmos. Algum ser humano pode fazer isso?
A profecia ensina a entrega submissa do Servo (53,7). Ele foi “oprimido”, isto é, maltratado; “livremente humilhou-se” (Bíblia de Jerusalém), ou seja, o “cordeiro” que está para ser morto e a “ovelha” que está para ser tosquiada não protestam contra o que está para acontecer. Israel dizia que Deus se esquecera dele e não agia em seu favor (40,27; 49,14; 63,15). O Servo, porém, não protesta (42,2-3; 50,5-7). Irá para o matadouro voluntariamente como um cordeiro, escolhendo não se defender de falsas acusações, da condenação e da execução. O versículo 7 conjugado com o versículo 4, e com o cordeiro pascal de Êxodo 12,3 (“dizei a toda a comunidade de Israel: [...] cada um tomará para si um cordeiro”), foi a fonte da exclamação presente no Novo Testamento: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29; 1Pe 1,19).
A profecia também fala da condenação injusta e a morte do Servo (53,8). “Após detenção e julgamento, foi preso” (Bíblia de Jerusalém) e condenado. Quem saiu em sua defesa? Ninguém. E nem se reconheceu o significado mais profundo da morte do Servo. Os verbos na voz passiva neste verso – “foi levado”, “foi cortado”, “foi ferido” – como no versículo 4 – “ferido”, “oprimido” – e no versículo 5 – “traspassado”, “esmagado” – indicam que essas ações foram feitas por Javé (cf. v.10; 2Co 5,21). O hebraico “ferida”, “golpe”, é um ato de Deus (Êx 11,1) contra o Servo. “Por causa da transgressão do meu povo” destaca, mais uma vez, que a morte do Servo é substitutiva.
Por fim, Isaías alude ao seu túmulo humilde (53,9). O Servo inocente esteve entre os “ímpios”, tratado como um malfeitor. E a intenção dos adversários do Servo era que seu sepultamento fosse tão vergonhoso quanto sua humilhante morte, mas o Servo foi honrado. Somente alguém inocente, que não merecia a punição que “os ímpios” mereciam, é que poderia efetuar a reconciliação. Onde na terra já viveu tal pessoa? Somente o Messias Jesus – e ninguém mais.
Quão humilhada pende
A face do Senhor!
Não vive, não resplende,
Já não tem luz nem cor!
Oh! Crime inominável,
Fazer anuviar
O brilho inigualável
De um tão piedoso olhar!
Somente alguém inocente, que não merecia a punição que “os ímpios” mereciam, é que poderia efetuar a reconciliação. Onde na terra já viveu tal pessoa? Somente o Messias Jesus – e ninguém mais
O triunfo do Servo (53,10-12)
A profecia destaca que o Servo seria esmagado (53,10). O Servo não sofreu por causa de qualquer pecado encontrado em si, mas porque “ao Senhor agradou esmagá-lo”. A violência que acometeu o Servo não foi resultado de uma trama de homens maldosos, mas foi do prazer ou vontade de Javé. O propósito divino agora aparece: a vida do Servo é uma oferta pela culpa, “ele oferece sua vida como sacrifício expiatório” (Bíblia de Jerusalém). É o próprio Servo que traz essa oferta, diferentemente dos sacrifícios de animais, que não eram ofertas voluntárias e pessoais. A morte do Servo é um sacrifício que restaura a comunhão entre Deus e o povo, pois não existe perdão sem derramamento de sangue (Hb 9,22; cf. Lv 17,11). Assim, a “oferta pelo pecado” do Servo é uma satisfação substitutiva. Estes são os resultados que fluirão do sofrimento do Servo, e essas são as glórias que se seguirão:
O Servo verá sua posteridade: “...e prolongará os seus dias”. O Servo ressuscitou e, mesmo tendo sofrido uma morte violenta, reinará eternamente. Em sua ressurreição, triunfou sobre todos os inimigos e reivindicou os espólios da vitória. Assim é que, para aquele que parecia sucumbir, estavam reservados um futuro glorioso e uma tarefa grandiosa: “e por meio dele o desígnio de Deus triunfará” (Bíblia de Jerusalém).
O Servo ficará satisfeito (53,11). Deus fala a favor do Servo: “ele verá o fruto do trabalho de sua alma”. Morrer sem filhos significava tristeza e vergonha para os judeus. Este Servo sofreu a condenação proveniente de todos os pecados já cometidos, e em virtude desse sofrimento ele está apto a declarar que todos quantos aceitarem sua oferta serão justos diante de Deus. A contemplação da salvação que o Servo adquirira para outrem o satisfaz. O destaque está na bênção que o Servo vai levar a outros: “muitos”serão justificados, o “pecado de muitos”será carregado e haverá intercessão “pelos transgressores”.
O Servo propiciará justiça, isto é, o Servo “justificará” seu povo. É somente porque o Servo leva as iniquidades e transgressões de seu povo sobre si que ele lhes pode conferir sua justiça a este. Tal graça é o resultado de uma única coisa: o Servo se tornou uma oferta sacrificial. Ou seja, o Servo de Javé “toma sobre si a culpa de muitos, tornando-os assim justos”, segundo Bento XVI. A comunhão com Deus tornou-se possível por causa do sacrifício do Servo. E o Servo está no lugar de Deus, pronunciando perdão, o qual só pode oferecer aquele que é sem pecado.
Por fim, a vitória do Servo é descrita (53,12). Com toda fidelidade, o Servo desceu ao abismo mais profundo. Ele cumpriu a vontade de Javé, “levou sobre si o pecado de muitos”. Assim, como escreveu Bento XVI, o Servo “é conjuntamente sacerdote e vítima e, desse modo, realiza a reconciliação” eficaz da “totalidade” de Israel. Em razão dessa fiel obediência, Deus o exaltará às alturas mais sublimes. O Servo agora é o Rei conquistador, que reivindica um povo numeroso como seu, por direito. O profeta Isaías retratou o Servo, marchando como vencedor, num cortejo vitorioso, trazendo consigo aqueles que, por seu sofrimento, foram libertados da pena merecida. E a causa de sua vitória não é o seu poder, mas a sua morte. O Servo será exaltado ao mais elevado céu, não porque foi humilhado ou sofreu injustamente, mas porque ele tudo fez a fim de carregar o pecado de seu povo e assim permitir que os filhos de Deus se chegassem a ele. O Servo humilhado é exaltado porque cumpriu o propósito de Deus para seu ministério, e esse propósito era a redenção.
Estás tão carregado,
Mas todo fardo é meu!
Eu só me fiz culpado,
E o sofrimento é teu.
Venho aos teus pés, tremente,
Mereço a punição,
Mas olhas-me clemente
Com santa compaixão!
A profecia é cumprida no Messias
A profecia de Isaías 52,13–53,12 é impressionante. Nitidamente descreve a humilhação, a condenação, a morte e a ressurreição do Servo. Mas, quem é este Servo? 1. O Servo é identificado com Javé. Ele é homem, mas é Deus. Nenhum personagem do Antigo Testamento ousaria aplicar tais honrarias a si mesmo. 2. Só um Cordeiro perfeito poderia ser oferecido como “oferta pela culpa”. O Servo não tem pecado, é perfeito. O povo de Israel precisava ser resgatado pelo sacrifício do Servo. 3. O Servo sofreu sem merecer o juízo de Deus. Ele foi oprimido por Deus porque outros pecaram contra Javé, diferentemente de Israel, que sofreu o exílio merecidamente, pois pecou contra Javé. 4. Voluntariamente o Servo foi para o matadouro como uma ovelha, sem abrir a boca. 5. O Servo realizou um sacrifício pelo pecado do povo; a oferta foi o seu próprio corpo. Nenhum outro personagem do Antigo Testamento realizou essa obra. 5. O Servo seria ressuscitado, o que resultaria na justificação dos pecadores; isso não se aplica a nenhum personagem do Antigo Testamento. O único que “ressuscitou para a nossa justificação” foi Jesus, o Messias (Rm 4,25).
Jesus falou aos seus discípulos: “Está escrito: ‘Ele foi contado com os malfeitores.’ Porque o que a mim se refere está sendo cumprido” (Lc 22,37; Is 53,12). Assim, é impossível para qualquer cristão ler essa passagem de Isaías sem pensar imediatamente no seu cumprimento em Jesus, o único Messias, cerca de 700 anos depois de a profecia ter sido proferida. Portanto, a pergunta do eunuco etíope: “Peço que você me explique a quem se refere o profeta [Is 53,7-8]. Fala de si mesmo ou de outra pessoa?”, foi respondida pelo evangelista Filipe: refere-se a Jesus, o Messias, o Filho de Deus (At 8,34-35.37). Portanto, por causa da profunda precisão das profecias do Servo, Isaías tem sido considerado pelos cristãos “o evangelho” do Antigo Testamento, em virtude de falar tanto da salvação e da obra redentora do Servo sofredor, ou seja, o Messias Jesus. Deste modo, tenhamos diante de nós o que Agostinho de Hipona escreveu há tanto tempo:
“Não nós, mas os judeus, são os conservadores desses livros que são nossos. Quando queremos demonstrar que Jesus Cristo foi profetizado, apresentamos esses livros aos pagãos. E a fim de que os obstinados em não crer não viessem dizer-nos que tais livros foram por nós compostos e adaptados ao acontecido, agindo, assim, como falsificadores, precisamente por isso podemos convencê-los, com evidência, de que tal não é assim, porque todos esses livros em que Jesus Cristo está profetizado, todos estavam, séculos antes da vinda de Cristo, em poder dos judeus: eles são seus guardiões.”
Que nesses dias que antecedem a Páscoa, os cristãos no Brasil tenham um reencontro com o único Messias, o Senhor Jesus, o descendente de Davi, o eterno Filho de Deus, o Servo Sofredor
Portanto, de acordo com Jan Ridderbos: “Ao olharmos [...] esta profecia do sofrimento e exaltação do Servo do Senhor, verificamos diante de nós o quadro mais claro do Cristo que estava para vir, que se pode encontrar no Antigo Testamento. Tem-se dito corretamente que parece que este capítulo foi escrito aos pés da cruz do Gólgota. O cumprimento desta profecia no sofrimento e exaltação de Cristo muitas vezes é literal e sempre comovente; como tal, ele é uma das mais vigorosas confirmações da verdade divina da Escritura”.
Sê meu refúgio forte,
Meu guia e vida e luz!
Que eu sinta, vendo a morte,
Conforto em tua cruz!
Na cruz com fé me abrigo
E amparo tu me dás!
E unido assim contigo,
Hei de dormir em paz!
Que nesses dias que antecedem a Páscoa, os cristãos no Brasil tenham um reencontro com o único Messias, o Senhor Jesus, o descendente de Davi, o eterno Filho de Deus, o Servo Sofredor, que, como ensinou o apóstolo Paulo, “morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e foi sepultado; e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15,3-4).
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