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Este artigo reúne ideias que fui tecendo sobre a internacionalização da educação, através da minha experiência como gestor de uma instituição de ensino superior, de pesquisas e também da participação em eventos do MEC (Ministério da Educação).

O assunto ganhou grande visibilidade na mídia com a criação e implantação do programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2013, com 60 mil vagas para estudantes do ensino superior interessados em fazer parte de sua graduação no exterior.  O projeto, divulgado para todo o Brasil, teve muita demanda. Então, em épocas de políticas aquecidas, aumentou sua capacidade para 80 mil vagas em 2014 e para 100 mil vagas em 2015.

O Ciência sem Fronteiras é, sim, um programa que possui excelente intenção e motivação. Porém, não segue a estrutura exigida pelos órgãos que normatizam o ensino superior no nosso país. Em uma ocasião, participando de um evento do Conselho Nacional da Educação, questionei como os alunos egressos do programa seriam avaliados. A resposta que obtive, de um integrante da mesa, foi: “Esse é o tipo de ajuste que a gente faz com o avião em vôo”.

Na minha visão, a avaliação de um programa que envolve fluência em outro idioma, rendimento e aprendizagem é de extrema importância, assim como ocorre em qualquer instituição de ensino. Por isso, acredito que essa é uma questão central para a educação superior, para discutir as melhorias que devem ser implementadas a fim de qualificar o ensino e preparar os estudantes de forma satisfatória.

Um gestor de educação superior deve pensar nos seus egressos como cidadãos do mundo e prepará-los para isso. É preciso ter visão para além de cumprir as metas que são apresentadas pelo MEC, apresentar novos caminhos e possibilidades. As instituições de ensino superior têm um grande papel social a ser executado, pensando quem será esse egresso amanhã e que preparação técnica e humana ele terá para enfrentar os desafios.

Nesse contexto de mundo globalizado, nossos estudantes convivem com possibilidades e oportunidades de trabalho em empresas multinacionais com exigências de, minimamente, um segundo idioma de abrangência mundial como o inglês.  Assim, não tenho dúvida de que esses jovens precisam de um curso superior internacionalizado, que contemple o segundo idioma dentro das matrizes curriculares. O programa Ciência sem Fronteiras não teve o resultado esperado em função dessa carência.

É nítida a necessidade de uma proposta mais ampla, inovadora e acessível, que os responsáveis pela educação deste país pudessem ofertar um modelo de ensino que contemplasse de maneira horizontal e vertical todos os segmentos educacionais. Precisamos trabalhar em uma proposta pedagógica internacionalizada, com intercâmbios e formação de pessoas preparadas para saírem do Brasil e desenvolverem suas atividades com paridade perante os colegas de outras nacionalidades.

*Artigo escrito por Douglas Oliani, diretor geral da Faculdade Bagozzi, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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